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Regresso sempre ao poema

 
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Regresso sempre ao poema

As palavras vão nascendo sem destino
Companheiras constantes na noite que dura
Saem prodigiosamente da minha boca e são mimo
Que semeio e colho com ternura.
Irradiam luz, são claras como água!
Ajustam-se às alegrias e às tristezas
Dizem não haver só felicidade, também mágoa
Acompanham-me nos dias felizes e nos de incertezas.

De insónias e do silêncio são surgidas
Da erosão da memória, que já se aquieta
Do santuário do meu íntimo saem polidas
Palavras mágicas sonham poesia e o poema é meta.
Nelas já não ouço a toada do meu canto,
Nem vejo a alegria do meu olhar
Ao rio feito saudade entregaram meu pranto?!
Às montanhas o eco do meu grito, foram levar?!

Misteriosa pandora que trago comigo
Obsessão que teima em não desarredar e me alucina
Caixinha pronta a guardar o tempo que é meu inimigo
Também a coragem, sem coragem que é minha sina.
Regresso sempre ao poema, como se fosse meu cais
Aqui neste lugar de parir poesia na despedida
Já ouço os trovões, mas apesar dos temporais?!
Farei com que o barco, volte sempre ao ponto de partida!

rosafogo


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 21/09/2009 15:25  Atualizado: 21/09/2009 15:25
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: Regresso sempre ao poema
Rosa, sabe, nunca soube direito da caixa de pandora e pensei... não vou procurar saber, vou criar minhas próprias convicções a respeito. rs...
o teu texto é bem aquilo que eu penso.
beijo!


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 21/09/2009 16:13  Atualizado: 21/09/2009 16:13
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Regresso sempre ao poema
A tua poesia Rosa revela sempre uma tristeza
enorme, uma inconformidade que toca o leitor.
Se é verdade que são os estado de alma que determinam a nossa escrita, dir-te-ia que a beleza reina na nostalgia do que escreves.
beijo
Vóny Ferreira