Sexo Infeccioso
Atenção, o espetáculo vai começar
Em quartos e amplas salas contíguas,
Sou agora o repórter da vida promíscua
Em que homens e mulheres brincam de amar.
Ambiente tétrico onde imperam doenças infecciosas
Que tornam as criaturas marionetes e fantoches,
Quando são promovidas palestras levam no deboche
Informações que poderiam evitar consequências desastrosas...
Sexo é bom, sexo é sublime, sexo é dom de Deus
Dado ao homem para a preservação da espécie no planeta,
Mas a insanidade faz com que se cometam
Situações desprotegidas e à vida dão adeus!
A sexualidade agrega-se a nefastos projetos,
A vida do homem se associa à dos mais ínfimos insetos!
Viço de Amor
Plantei uma flor em teus lençóis
E reguei-a com lágrimas de solidão,
Perfume afrodisíaco inundou meu coração
E tua saudade foi isca dos meus anzóis.
Aroma de amor seduziu tua cama
E senti meu rosto banhado do teu suor,
Em teu travesseiro houve assédio maior
Que foi a excitação que a paixão inflama.
Debrucei meu olfato em tuas vestes íntimas
E saboreei teu odor em doses frescas e ínfimas
Para que o tempo não diluísse tua presença...
Em tua sensualidade minha sensibilidade se ofuscou
E provou de ti a essência do intenso amor
Que me faz vibrar o viço de tuas reminiscências!
Volúpia Salgada
Ouviu-se o som da corveta
Nas águas salgadas do Mar Morto,
Neste instante estava eu absorto
Em contemplar com as mãos tuas tetas.
Sentiu-se no agitar das águas a emoção
De cruzar-se o oceano em noite de lua,
Meu corpo vagueava sobre tua aparência nua
E mergulhava num astral de magistral tesão.
Vislumbrou-se o cintilar soturno das estrelas
Quando meu sêmen invadiu tua botija faceira
E trouxe na sensação a volúpia do artesão.
Nos redemoinhos escondeu-se o véu da virgindade
Cedido aos impulsos sedutores de uma sensualidade
Que navegou pelos mares orvalhados de um coração!
Tu em mim...
Em minha imensurável paixão
Teu nome é um nobre requinte
E por mais beleza que de ti eu pinte
Nas labaredas vejo tão somente teu coração.
Sim, amo-te por demais, deveras...
Sou cativo de tua afeição, certamente...
Nada faz mudar o que meu eu sente,
Pois meu sentimento tem as flores da primavera.
Não há vazio quando o amor é tudo,
O deserto se transforma em almofadas de veludo
Onde se põe a cabeça num colo a sonhar.
Em meus olhos há o orvalho de tua alegria,
Em teu sorriso meus lábios tremulam e se arrepiam
À espera do chamego e do momento de te amar!
Rabo de Saia
Sou louco por um rabo de saia,
Até uma revista fascina meu olhar,
Bebo um drinque só em pensar
Nas pernas bonitas numa sutil gandaia.
Meu libido libera sensuais desejos
Quando imagino coxas grossas e macias,
Mulher não é ornamento nem utopia,
É a realidade consumista dos meus beijos.
Mil fantasias confecciono na mente
Assim que tenho não mais que de repente
Um figurino de mulher num forte amplexo...
Imensurável a volúpia que me apetece,
Rabo de saia é o antídoto do meu estresse
E o átomo universal do verdadeiro sexo!
Cerimônia de Prazer
Tu te sentas em meu colo
E enlaças-me o pescoço...
Mas, que é isto ?
Percebo tua magreza...
Sinto-te nos ossos !
Tuas mãos grandes
Acariciam-me o rosto...
Teus dedos finos
Afagam-me os cabelos...
De repente minhas mãos ousadas
Passeiam em teu corpo
E descubro teus pelos...
Apesar de pareceres um esqueleto,
Tua pele é macia e cheirosa,
Tuas nádegas chochinhas e gostosas
E me sinto no paraíso do tesão...
Viajo em tuas costas,
Teus ossos pontiagudos me enroscam
E meus lábios beijam tua tez...
De súbito desnudo-te de repente
E tua nudez causa-me arrepios...
Corpo magro, esbelto, sensual...
Teu umbigo pequeno, colossal,
Teu sexo cheio de prazer,
Úmido como gotas de orvalho
E em grande volúpia e sem embaralho
Minha língua desvenda teu cio...
Eis que me desnudas também
E tua boca perambula em meu corpo...
Tua magreza pulsa sobre mim
E teu olfato capta meu perfume...
Juntos mergulhamos em intenso conforto
E saboreamos o néctar de lindas flores
Que ornamentam nosso paradisíaco jardim
Que são testemunhas únicas dos odores
Que escapam de nossos corpos impunes...
Horas e horas no aconchego das carícias,
Na satisfação dupla da ternura sem malícias
E o orgasmo que chega num átimo eloquente
Despejando faíscas sobre a nudez reluzente
Arrepiada pelo ritual de insanos desejos,
Escondida pela intensa volúpia dos beijos
Que nos faz uno - corpo, vida, mente !
Canto do Galo
Caminha-se solitário à noite pela praça
E percebe-se o sarro congelado dos namorados,
Mãozinhas bobas que atacam por todos os lados
Cativando o arrepio exonerado de quem passa.
Ouvem-se gritinhos sussurrados de prazer
E vê-se o beijo que sufoca e alicia,
O andarilho se perturba com a ousadia
E prevê que o orgasmo ali pode acontecer.
Diante do quadro o caminhante sua
Sem se perceber intruso na noite nua
Repleta de escuridão e do viço que asfixia...
Parece que o tempo dorme em colchão de veludo
E os protagonistas sonham diante do tudo
Até que o galo canta anunciando melancolia!
Estações de Amor
Já imaginaste calor no inverno?
É como me sinto quando ao teu lado estou...
Tu me viças, fico excitado, sonâmbulo de amor
E nada mais almejo, tu és tudo quanto quero!
Se no verão o frio deveras me entorpece,
É a febre de amor que teu corpo me causa,
No tilintar dos meus dentes em teus mamilos em pausa,
Sinto-me labaredas que de volúpia se apetece...
Por teus pelos minha língua passeia desvairada
E percebo em ti o frenesi da relação consumada
Pelo orgasmo que alimenta teu desejo insano...
Na lama que se espalha na vertente do meu corpo
Bebes do néctar que escorre em direção ao teu porto
Que invade tua estreita depressão livre e sem manto!
Natureza Devassa
O vento que vem das dunas
Espalha na areia a espuma
Que o mar masturba e goza...
Açoites excitam a madrugada
No cio das nuvens enamoradas
Que orgasmam plúmbeas e viscosas.
Tempestades de pelúcia e frias
Cobrem as estrelas com manto de veludo,
Escondem no sexo o agasalho mudo
E deixam à mostra a virtude vazia.
Ciclones obscurecem o brilho da lua
E trazem na negritude o desejo encarapuçado,
Andarilhos da noite têm consumado
O prazer iníquo que na devassidão se acentua!
Louco Amor
Quando toco em tuas mãos,
Meu corpo congela...
Sinto minha boca tagarela
E um arrepio de tesão...
Como as brumas do amanhecer,
O amor por ti surgiu,
Vivo agora no cio
Esperando tudo acontecer...
Quando meus olhos veem os teus,
Meu coração apaixonado dispara,
Minha taquicardia atira balas
E meus desejos são insanos e plebeus...
Ao afagar teus cabelos,
Percebo teu doce cheiro,
Vontade de ter-te por inteiro
E em ti sentir-me bêbado...
Beijar-te os lábios sem engano,
Deixar teu viço me consumir
E numa volúpia sem fim
Declarar que sinceramente te amo!