Nas mãos do sonho
Enquanto
o tempo passa
eu e tu
seremos
esculturas breves
nas mãos do sonho
e estruturalmente
aceites
no nosso
novo tempo
MD
A eito
A eito
Todas as sombras
Se adentram
Na noite
Já nem sei se foi
Uma só luz
Do candeeiro
Que se fundiu
Ou se foi uma
Das sombras
Que se calou
Dentro de mim
Assim já nada me faz
Perder o caminho
Vou indo…!
Sublimação
Essas tuas
visões
em linhas
celestiais
unindo
os teus
aos meus
ais
são preces
ao amor
a comunhão
entre a vida
que é nossa
e o espaço
sideral
Sublimação!
MD
Em ti
Se me desejas
Ser ausência
Em ti
Eu sou
Mas não sei
Para onde vou
Ainda sou aquela flor
Que colheste
Ainda sou aquele aroma
Quente no teu corpo
E se mesmo assim
Me desejas
Ser ausência
Em ti
Eu sou
Irei andar pela noite
Até que me sinta
Inteiramente sua
E chegarei a ti
Nesse leito ainda quente
Dos nossos corpos suados
Dos nossos sonhos colados
Até que amanheça
Um novo desejo
Em ti
Insígnia
Vultos em sombras
Distorcidas imagens
Na escuridão…
Nas trevas, a cegueira
Ainda arde
A noite, sua cúmplice
Diz-lhe de outros
Secretos lugares
Ocultos nas madrugadas
Inscritos num silêncio obscuro
Um coração em guerra
Agitação, confusão, disfunção
- Preciso do teu aroma
Esta noite…Flor de Lotus
Volta a acreditar!
Sabes que o milagre
Da orada, pode acontecer?
- Meu Deus…o sonho
A metamorfose
Entre dois corpos
Expoente natural
E belo ao fundo
Do Amor
- Eu o leme…Tu o rio
Navegaremos…assim
Nas águas límpidas
E amenas do teu leito
Natureza das forças
Meiga e afável
Brisa, vinda do sul
Refresca, lava, acaricia
Um rosto marcado
Pelo tempo, intemporal
Perdido nas trevas
Raio de luz
Fogo mágico
Poder natural
Entre dois corpos
Sedentos, molhados
Nas águas serenas
Do paraíso
A horizonte o azul
Celeste da terra
Rosto divino
Não me deixes partir
Minha inspiração
Meu sonho de glória
A inação é a ferrugem da coragem
Rosto sem feições
Neste vulto escuro
Esboço da solidão
À bolina por entre
O denso nevoeiro
Vento companheiro
Mas glacial na sua arte
Encurta os passos
E fere as entranhas
Da alma navegante
De um passado
Já distante
Vagueando desnorteado
Pelas ruas desertas
Essa morada enlouquecida
De um moribundo
Ferido de morte
Pelas agruras da vida
(Dá-me uma passagem
Para o abismo profundo
Se pequei te pedirei
Perdão do outro lado)
- A inação é a ferrugem da coragem