Escrevo
Pensar, escrever porque gostas de mim
Ao adormecer dás-me tua inspiração
Como uma pedra que atiro ao rio, vou formando ondas, frases
Os sons do teu coração, verde e cor de marfim
Esperança com fino pavio
O que sinto, o que canto, o que te dou
E escrever porque gostas de mim
Devolve-me sentimentos, que sei sempre senti
Pedir a Deus que nos guarde
Que escrevo porque gosto de ti.
Qual imaginação que se acerca da memória
Palavras sem sentido num labirinto de frases ritmadas
Dançam ao pulsar do teu coração
Qual tentação que se me acerca à intenção
Coisas que escrevo em desabafo sem medo,
Sem tino, coragem e em segredo
Suspirado ao ouvido nesta minha ilusão
Paixão nas letras em leve dicção
Perco palavras apagadas em ilusões
Supero em grandes frustrações
E escrevo, escrevo sem tua compreensão
Sem água nem pão escrevo sem parar sem conseguir dormir,
Ao nunca dizer não e sem correcção adormeço a sorrir.
Papel caneta e luz
Acende-me as loucas ideias, qual chamas em candeias
Voam estrelas adormeço em pensamento
Prendo-me como que em fundamento
Lindas palavras, palavras feias
Um momento
Por ti...
Concede-me esta dança
toca-me no rosto
deixa-me esta lembrança
porque é de ti que eu gosto
Canta-me esta canção
melosa melodia
percebes esta paixão?
porque é por ti que eu morria
Lê-me este poema
letras de viver e amar
com teu perfume de alfazema
porque me deste asas para voar
Toma meu corpo como teu
envolto em sentimento altivo
por ti meu amor cresceu
porque é por ti que vivo
Sorte
Cheiro os teus olhos de mar
Provo os teus cabelos de mel
são mil palavras a voar
suaves toques de luar
arrepiam-se-me na pele
Oiço as tuas mãos a sorrir
os teus lábios a olhar
são mil desejos que vão partir
sons que podem ferir
sem nunca sequer nos tocar
Mesmo sem nunca se amar
deseja-mos ter e viver
em mil sonhos me quero tornar
naquela que não podes tocar
mas que nunca quererás perder
Se um dia me sentir perdida
procurarei o meu norte
seguirei a minha vida
chorarei a minha ferida
E farei a minha propria sorte
Bichos que são
Amor que tenho por dois cães e dois gatos
As vezes difícil de compreender
Rasgam almofadas e roem-me os sapatos
Perco a cabeça sem saber o que fazer
Sem adivinhar o que estará para vir
Dão-me uma lembidela e enfiam-se na cama
Enrolam-se e adormecem a sorrir, eu sem conseguir dormir
Eles uns anjos a sonhar com lama
Elas brincam, saltam e correm
Nos puxadores gostam de se pendurar
Bebem por um fino fio de água
Eu apareço e elas fogem
Evitam a mágua
Porque lhes vou ralhar
A Ticha dormece em cima da televisão
A Yacha adormece enrolada ao meu colo
O Lucas distraído morde-me a mão
E se me fala ão ão ão
Quem seria senão o Simão
A minha caixinha com bolas cor de rosa
Uma caixinha com bolas cor de rosa guarda os pensamentos de um individuo que cortou o cabelo a navalhada depois de ter colado uma pastilha elástica nos sapatos da tia gorda que estava de visita pois era do interior onde os castelos de areia se desmanchavam com o vento que fazia girar os moinhos com tanta força que as velas quase se apagavam ficando assim uma escuridão de sons onde quase se tropeçava no silencio de um cego que só visualizava os sonhos dos desgraçados dos amantes que se despediam com longos beijos molhados de tanta música que se escrevia nas cartas de amor amor amor...
Nessa caixinha com bolas cor de rosa também guardava as opiniões sobre as guerras onde canhões marcham pela fome desgraça e Vitória que era a tia gorda raspava raspava e a pastilha nao saía nem com a água gelada que desfaz os castelos porque nem só o vento cega a mudez de um anjo que come algodão doce rosa rosa como as faces desse mesmo anjo que voa como as borboletas na direcção de cumulos em forma de verdes sapos que saltam de petala em petala refrescando a memoria de beijos que não demos enquanto grito bem alto pela caixinha com bolas cor de rosa onde guardo todo o meu amor amor amor...
Um poema para ti... (pelos 7 anos de casamento)
Hoje é dia de te escrever um poema,
posso escrever-te sobre um anjo,
esse anjo que me conquistou, que me amou, que me fez rir, que me fez chorar...
posso escrever sobre uma rainha, que há muito deixou de ser princesa, só porque achou uma coroa de jasmins, uma rainha que chora, que ri, que ama...
Tantos poemas que já escrevi, tantos textos que de poesia não tinham nada,
tantos poemas que eu li, tantas frazes que me dedicas-te, canções que me cantas-te...
Tantos momentos...
Podia escrever sobre o que gosto em ti, sobre o que não gosto em ti, podia escrever sobre o que me fazes sentir, mas não serão os tantos outros assim?
Podia passar o dia a escrever sobre quem és, sobre o que não és, sobre quem eu queria que fosses...
Podia escrever sobre os nossos sonhos, sobre os meus sonhos...
Podia escrever sobre o teu corpo, sobre o meu... que te ofereço...
Podia escrever sobre os nossos primeiros poemas, sobre a nossa primeira noite...
Podia escrever sobre... o nosso amor...
Tantos momentos...
Bons, maus... mas sempre a dois, como casal...
Obrigada, e ... Desculpa
E nunca poderia acabar de escrever neste dia sem acabar com um
Amo-te...
Ainda Existes
Sinto a falta da tua respiração junto ao meu pescoço, o murmurar de um amo-te...
Adivinho-te o cheiro de uma rosa que pegas-te, a cor do whisky que bebeste, a música que soou ao teu ouvido...
Aquela mensagem repleta de sentimentos esvaneceu, agora o teu Olá, é simples, porque te conheço...
Não te sinto, não te oiço, quase não te vejo, mas sei que ainda existes...
Sei que ainda me sentes, ainda me abraças de vez em quando, ainda fazes parte do meu poema...
Quando a noite chega, sei que estas lá, podes até estar ausente, mas estás lá...
E assim, ainda te adivinho o cheiro da rosa que me ofereces, o vinho que degustaremos e a música que irás murmurar ao meu ouvido...
É quando te respondo... Amo-te
Espectro Narrativo I
O vento que desce pinta-me de amarelo
Abre a porta, solidão não quero
Escreve um poema de frente pra tras
Recorta a foto com cheiro a lilaz
Picos sem picos são picos de rosa
Aguardente Velha, brindemos à nossa!
Carteira vazia de qualquer tamanho
Mar com todas as cores e castanho
Moldura da vida, ganha ou é enganado
Corre depressa, trofeu dourado
Sentido no ouvido com sinos de lã
Sombra quente em teus olhos de avelã
Sismo de sentimentos, magia vermelha
Toma meus oculos, sem vidro sem telha
Amor,Paixão, Cinza preto e negrão
Acaba sempre tudo numa grande tesão
Com cores ou sem cores o mundo se sente
tudo cheira e parece alegria fluorescente
Que sinto... que escrevo...
De ponta te mando a lança
Como fino bibellot
Deitada te abraço e se alcança
Tudo que sempre esperou
Com cores e manchas em sufoco
Sem arco-íris sem prata sem ouro
Macio toque que só é tão pouco
Para mim és tesouro,
Água que a sede matou
Pequenas flores que crescem
Em tudo o que por algo espero
Mundo que sinto, receio sem medo
Sentimentos que padecem
E no fundo não se esquecem,
É por isso que escrevo.
Ela era muito forte
Ela dizia que era forte, mas no fundo chorava a dor de uma unha partida.