Vazio
Hoje não encontro o rimador
Talvez perdido em mares sem fundo, céus sem estrelas
Não sei onde deixou seu sorriso, ternura, alegria
De repente, o alçapão se abriu de encontro ao vazio
Tudo ficou incontrolável de junção ao nada
O que fazia sentido evaporou-se na sombra do tempo
Turbilhões de emoções rodopiaram como pássaros sem asas
O astro rei fez compasso de espera, mas tudo estava traçado
Tudo se diluiu no vácuo das estrelas
As palavras transpuseram os dedos com olhar embasbacado e sofrido
As lágrimas secaram suas nascentes.
Castelo
Fiz uma caixinha de cartão
Para guardar meus segredos
Ela será o meu fiel bastião
Para nada chegar aos dedos
Irei construir um castelo
Para a caixinha guardar
Será de todos o mais belo
Por cima, do teu olhar
Seus perfumes inebriantes
Farão aguçar teus sentidos
Sentirás a todos os instantes
Os impulsos, não contidos
Mas a chave dessa fortaleza
Está ao alcance de gestos teus
Algures pendurada na beleza,
Que teus olhos dão aos meus!
Nesses sonhos...
Se soubesse que me querias
Como este coração te quer
Nos teus braços me terias
Nesses sonhos, de mulher!
Posso abrir mão de tudo
Mas nunca, do teu olhar
Até mesmo ficando mudo
Não deixaria, de te amar!
Não sou poeta.
Não sou poeta nem sei o que escrever, quis o acaso que aqui viesse ter, mas agora vou ter que escrever!
Passei na tua rua escura,
ouvi os teus lamentos,
senti tua alma em amargura,
e vi nela os teus tormentos.
Deita tua cabeça em meu peito,
descansa na minha mansidão,
pode ser que sintas o efeito,
da força do meu coração.
OLHOS DE AMOR
Meus olhos pousaram nos teus
Em cascatas de encantamentos
Em que todos os sonhos meus
Deles, estão sempre sedentos
Nesse céu cintilado de encantar
Fragrâncias envoltas ao vento
Trazendo versos do teu amar
Com os quais me alimento
Abrem-se janelas no peito
Entra a luz do teu sorriso
Tudo condizente a preceito
Para assim tocar, o paraíso
E nesse paraíso sonhado
Em pura magia de embalar
Que em constante bailado
No amor se deixou enlaçar...
GRANDE MAR.
As lágrimas que derramei
Da privação do teu amar
São tantas, que já não sei
Mas dariam, um grande mar.
Ando perdido no tempo
Nem dou por ele passar
Mitigando, o sofrimento
Até ao dia, de te encontrar.
Olhos
Olhos dos meus encantos
De todos os encantos teus
Os seus feitiços são tantos
Que enfeitiçaram os meus.
Alma nua
Quem ama seu amor sente
Dentro de portas trancadas
Tudo o resto fica ausente
De formas, desordenadas
Mastigo cada palavra tua
Neste subir sem escada
Onde a alma fica nua
Ao vento dependurada
O mito que se desnuda
Nesta voz embriagada
E que deixa a boca muda
Caída no chão de estrada
Nesse arrepio de vento
Vertendo essências estranhas
Palavras paridas no tempo
Em que rasgam as entranhas.
Teu olhar
Sinto no peito saudades do teu olhar
Dos abraços onde escorriam mel e desejos
Do cheiro da pele onde me deixava inebriar
Me perdia nas vagas dos teus acesos beijos
E quando a paixão virava loucura insana
As entranhas ardiam mais que a chama
Nem sequer precisava procurar cabana
Pois o amor no chão fazia sua cama
Nesse bailar nas asas do amor
Onde o pulsar unia esse encantar
Música em gemidos de trovador
Se deleitava neste esculpido amar
Destas mãos voarão poemas
Que nas tuas irão pousar
Teus olhos ditarão os temas
Que o teu coração desejar.