Acho meu som é de Violoncelo. Talvez eu esteja errada, Pois antes pensava Que era de pássaros Alegres, Voando em bando Pelo céu de Boa Viagem
Também, confesso, Houve momentos Nos quais senti meu Som semelhante Ao da faca batendo Insistentemente no Corrimão de cobre Da ponte Velha.
...
Eu desapareci do mundo Depois dos 7 anos, mas Voltei aos 12, então, arrastei-me Na sociedade até 2014 (Ano do Cavalo de Madeira), Quando perdi de vez Os contornos. Hoje sou só som. E Tenho quase certeza de Que é de Violoncelo ...
após longo tempo, acordei com muita vontade de ser feliz.
fui ao nosso antigo quarto e, finalmente, usei o presente que vc me deixara, antes de ir embora.
abri o pote-mimo reluzente e bebi todo o seu líquido.
não demorou muito, anoiteceu o meu viver ...
infinitos vagalumes invadiram meu quarto escuro e viram minha epiderme se cobrir de pelos dourados; minhas unhas crescerem negras e afiadas; meus caninos se agigantarem.
linhas negras longitudinais apareceram na minha face. listas negras horizontais espaçadas surgiram do pescoço aos pés. enquanto avançavam pelo tronco e além do ventre, um furação quente infernava-me as entranhas.
meus sentidos estavam aguçados. arranhei todas as paredes do quarto. queria tudo com urgência. queria espaço amplo. precisava da rua. precisava de movimento; abrir os braços; levantá-los; descer as mãos dos ombros ao ventre; girar e rodopiar na calçada da Soledade; pular sobre o teto das estações dos BRT’s.
necessitava bramir do seu alto aos transeuntes toda minha alegria; meu desejo de dar e receber muito amor.
até que não me restasse mais força. até que não me lembrasse mais do seu abandono; que eu definitivamente deixasse de ser eu para ser uma tigresa.
No ritmo do seu voo conjunto, Dezenas, em sincronia, brincam de Roda gigante levitante e Carrossel acelerado
Os pássaros de Boa Viagem Não são gaivotas
Não caminham pela beira-mar, Não seguem o pescador, Voam rasante por cima dos automóveis, E libertam seus ocupantes da rotina Absurda, da Escravidão da idéia fixa, Do pensamento recorrente
As asas da imaginação abrem-se Orgulhosas, Um rosto bonito no retrovisor sorri, Ainda há tempo para mudanças
Os pássaros da praia de Boa Viagem Não são gaivotas parceiras, Mas, ouvindo a sinfonia da natureza, Bailam ritmados no céu azul Tocando seus delicados pés Nos ventos mornos de alegria
(Hoje, somente hoje, penso, estou varada de saudades ...)
Budapeste
Por amor a ti, não escreverei Sobre a morbidez que passeia Nas cavidades do meu coração...
Lançarei a mão no meu baú de Memórias, segurando as mais Doces ... em que apareço com Vestido cor-de-rosa ... sorrindo Meu batom aveludado para Tua boca de homem gostoso Que sabe tratar bem uma mulher Frágil, embora independente.
Então te peço: Toca-me delicadamente ... Sem pressa, Sem alarde, Sem dúvidas.
Fala para mim de teus sonhos, Do que te mantém vivo, Da tua chama, a tua Motivação ... de teu amor ... Do que te faz levantar Todos os dias para a lida, O que te faz Te encantar pela vida ...
Pois busco alicerces para Reconstruir o mundo que Ruiu bem à minha frente, Fazendo o sopro da vida Escapar de meus olhos, por Não conseguir mais Capturar felicidade ...
Entretanto, houve um bulir no coração Quando dobrei a esquina em Budapeste e imaginei como Teria sido bom te encontrar ali feliz Da vida e, sorrindo, a me dizer: Olá, querida cujo nome Nunca mais repeti ...
Sinto falta do meu passado Recente, Sinto que deveria ter agido mais Mas não o fiz, Pensando que teria mais algum Tempo.
Deveria ter apreciado mais aquele Ar animado que soprava livremente Sobre meu corpo Mas não o fiz, Acreditando que seu sopro seria Infinito.
Deveria ter Escutado mais the cranberries, Ensaiado numa peça Um drama que nunca me Atingiu, Só para tingir de aventura As esquinas que me conduzem As mãos, ora ressecadas pelo Vazio, até Meu lar, quase também vazio de mim ...
Sei que no futuro Terei Saudades do que sou hoje, E terei a sensação de que ainda Há inocência em mim ... Mas claro que não, Não depois do surgimento desses Mil olhos sobre minha face Mais envelhecida ...
No entanto, continuarei cantando Qualquer coisa, Só para preencher o tempo, Nas horas vazias de Emoção, Enquanto eu ainda sou eu.
quisera ser vagabunda andar nas madrugadas pelas ruas pouco iluminadas do Recife Antigo
copo de cachaça na mão pão com manteiga na outra conversar com alguém imaginário rir de nossas conversas
parar no meio da avenida gritar vários palavrões sentar na calçada e cantar
até que a dor nas pernas cesse e do torpor dos sentidos se aticem com o vento gélido da noite
uma vagabunda sem hora de respeito, em prol da liberdade de expressão lutando pelo sentido da vida
uma vagabunda sem preconceitos que venham os críticos os cínicos os políticos os palhaços os patifes todos merecem o papo da mona errante com sua língua solta livre, leve e solta ativa dobrando gargalhadas no gargalo
olhos acesos com o fogo alcoólico face suada, rosada, serena ... já se despedindo da farra para tomar lugar no seu vazio reservado fora do imóvel.
Antes mesmo de abrir Os olhos, Raízes mentais espalham-se lentamente, Amarrando a vontade na Inércia e cultivando desesperos ...
Vês? Esse é o problema mor, E sua origem mora no cerne da mente, Maltratando silenciosamente o coração ...
Desafio. Sou eu contra mim: Eu2 paralisada com o medo Versus Eu1 original e altiva
...
Eu1 costumava andar pelas ruas do Cordeiro, Livremente, Sorridente, Consciente da minha humanidade, Eu1 dançava no palco da vida Ao som do universo. Tinha sonhos com 'fireworks', Esperanças
...
Eu2 morro diariamente, As esperanças nunca morrem ...
Chove torrencialmente 'Glitter' e purpurinas, e O mundo invisível me pede Para festejar Minhas boas ações: Arrodeei sua existência Sem macular Sua essência.
Eis que você Circula Lindo e brilhante Tal como estava Quando o vi na Primeira vez.
Ah, estou feliz porque Não lhe tirei a tez Nem lhe apaguei A luz. Passei por sua vida Sem confeccionar Ruínas nas suas ruas.
E, embora eu mesma Tenha me desconstruído Para dar espaço a tanto Amor no peito, Nada disso Tem importância Agora que o Vejo absoluto, Como sempre o Foi. E deve ser, se Assim prefere.
Ah, agora posso comemorar a Vida e oferecer Abrigo sob minha Umbrela Para quem deseja Evitar as Chuvas frias, ainda que Tolerando meu Rebolado.
Agora é hora de dormir, Não de pensar em poesia ...
Quando ele fala, seu pomo de adão Move-se, dizendo outra história Mais dogmática, mais aplicável No meu dia a dia, e Eu tenho vontade de chupá-lo
Agora é hora de me abrigar Embaixo do cobertor, Não de lembrar de rimas e limas ...
Quando ele encosta seus contornos Frontais Nos meus costais, e nenhum Espaço nos separa mais, e me Sinto à vontade para rebolar, e Falar-lhe algo doce e quente, e Segurar suas mãos nas minhas, Eu tenho vontade de chupá-lo, Abraçá-lo e o amar.
Já estou na alta madrugada, é hora de Fechar os olhos e Descansar ...
...
Quando eu desafio o destino, Expressando meu feliz desatino, Ele me sobrecarrega com dores, Então, enlouqueço mais, visto meu dia Com mil cores e fantasio amores.
Mas agora é hora de dormir, Não de escrever poesia ...
Talvez devesse Eu me apaixonar mais pela poesia, Não pelo motivo.
Pela rima, Não pelo sentimento
Pela alegria, Não pelo ardor
Talvez devesse Eu querer mais a mim Que as minhas vontades, Esse instante, Não um futuro amoroso, A água que bebo agora, Não o jantar romântico À noitinha
Talvez devesse Ser uma pintura desse momento, De modo a não mudar mais nada No meu semblante, Tão eu, tão meu
Talvez eu devesse Engolir o choro, Rir comigo mesma dessa tristeza, Olhar a paisagem exuberante Que me acena Logo adiante, e me Sentir parte dela, plena.
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Olá,
Adorei o convite para participar do "Sarau O Grito da Poesia".
Sou sua morena e Amanheci cantante, Sentindo seu amor Com cheiro de Homem vigoroso
E sorrio zonza ao Imaginar minhas Mãos dentro de Sua camisa, Todo esse humor caloroso Aí dentro, e um Rio que escorre Aqui.
Que bom seria Misturar minha Morenice na Sua pele Acolhedora, Entrelaçar minhas Horas nas suas.
Sou sua morena e Meu rosto só quer Encostar no seu, Meus olhos só Veem os seus, Minha boca só Adora a sua.
Sou sua morena Bronzeada, Sua mulher Amada, Com entrada franca Para fazer tudo o que sempre quis Sobre a coberta branca Que você me estendeu, E onde, todo tão masculino e Meu, Convida-me para ser Feliz...
Acho que sou a mesma Que correu atrás do Balão de São João: Grande descente Losango colorido e Luminoso
A mesma que enxergava Beleza no cordão (do embrulho De padaria) percorrido pelo Pingente de ouro encontrado na Areia do parquinho de minha Diversão
Sou uma criatura que só Inicia o pensamento acerca das Necessidades alheias depois, Bem depois, de a 'barriga' se Saciar com doces de figo Cristalizados
Acho que não sou tão boa Quanto pensava que fosse Ontem
Não te preocupes Com meu jeito Oblíquo e Por eu amiúde Chegar Por trás
Gosto de te ver Em vários Ângulos Teu perfil, Tuas costas, Oh, onde eu Poderia deslizar Meus dedos Molhados ... Poderia, Não é? ?
Dá-me prazer Observar Teu movimento, Teu dengo, Querendo chamego. Talvez me pegues As mãos e as ponhas no Teu peito, Ou me ofertes um Cantinho ao teu Lado no leito Do rio ensolarado, que passa Delicadamente entre Nossos momentos.
Mas não te intimides Com meus olhares. Diz-me: pare! E eu paro, Calo, porém Te lambo, te ouço, Toco, mordo (um tico) e Amo, Se tu me alisares O pelo e, tão ou mais, Beijares a rosa vermelha Sob a minha Mão.
Não me envergonho de, Mais uma vez, Voltar àquela Estrada Para ouvir Seu discurso (Que ainda amo ...)
Já que eu andava Amiúde olhando Para trás mesmo ...
Com esperanças de, Talvez, Ter a chance de Concluir que Errei, Quando rasguei Meu coração, Vociferando Que você Nunca me Amou ...
Tantas vezes fui Cruel com meu coração, Coloquei-o, de castigo, Na calçada mais fria da Rua da amargura ...
É que ele não me deixava Viver a realidade, ele Só queria você, você, você ... Tirou-me o movimento, A minha liberdade, Exigindo tocar na sua pele, Dia e noite, Rogando para ser também Querido Por você ...
E você nunca me amou ... :(
Enfim, Um pouco mais de ilusão Não há de me deixar mais infeliz.
Nasci quando o dia começou, e tudo me era ensolarado ...