Poemas, frases e mensagens sobre chuva

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre chuva

Barquinhos De Papel

 
 
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Barquinhos De Papel

Quero que os meus versos
sejam humildes
como humilde foi o meu nascer:
cinco letras gritando
na boca da minha mãe
cinco letras sorrindo
nos olhos do meu pai

Quero que os meus versos
sejam humildes:
cinco letras entranhadas
no corpo da minha amada

Cinco letras vivendo
no meu filho eternizadas

Sim!
Quero que os meus versos
sejam humildes :
cinco letras apagadas
pela terra que as guardará

E... a chuva impertinente
a levar os barquinhos de papel
no tempo
de quem (não) me viu





Luíz Sommerville Junior , 060220142245 , Eu Canto O Poema Mudo

* cinco letras ou o meu nome - Jorge.

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Barquinhos De Papel

Promessa de outono

 
Combinemos o preâmbulo, pouco ético, entre a chuva e a terra molhada deste outono. Na verdade, todo ele será poético, uma vez que se sente o aroma das madressilvas impregnado do hálito de Pã, enquanto Chronos converte o tempo em fénix renascida. Sabemos que, enquanto houver uma romã, os lábios serão o alvo frágil do mosto proposto por Baco. E que as uvas amadurecem a inquietação no sangue, e os trovões obrigam o céu a relampejar incessantemente perante as letras do nosso dicionário. Tudo o que observamos tem a forma de uma castanha ainda refugiada no seu ouriço, com o receio do contágio das gotículas que caem nas folhas abertas às cores do arco-íris. Também elas caem agora, perante as propostas indecentes de Éolo, murmurando a ladainha do vento que arrepia a alma, trazendo consigo o mesmo olhar e o presságio do doce de abóbora que combate as desilusões espalhadas pelo chão. O único consolo são as vidraças da janela, de olhos marejados pela chuva e encantados com o arrulho das pombas no fio dos telefones, apesar do pranto dos céus. Na certeza, porém, de que o Oráculo da natureza será preservado enquanto as minhas mãos puderem escrever uma única palavra de apreço ao prazer de beber um chocolate quente. Não existe caudal mais lindo e puro do que esse preâmbulo aberto às palavras de um poema por nascer…uma promessa!
 
Promessa de outono

Mais um dia morreu

 
Mais um dia morreu
 
MAIS UM DIA MORREU

Segue minha alma sózinha
Cansada de mais um dia
Estranha esta vida minha
Ora feliz, ou feita de melancolia.
A tarde caíu!
È noite fria, escuridão cerrada.
Chora a saudade,
Que em mim sentiu
Hoje ser lembrança pouco amada.

Escondem-se as estrelas
Também elas sentidas
Choro eu e choram elas
Lágrimas p'las nossas vidas.

Meu coração está em pranto
Saudoso de claridade
Seu desespero é tanto?!
Que já nem cabe nele a saudade.
Triste anda a Natureza
Tão cansada quanto eu!
Andam nuvens desesperadas no céu
Em mim por perto a tristeza.

Porquê? Porquê tanto desespero!?
Nesta noite a horas mortas,
A escuridão me tráz o frio
Já à saudade fechei portas.
Deixei seu lugar vazio.

Já não sei o que quero
Nem tão pouco o que não quero.
Agora já só espero
Vencer da vida as revezes
Sorrir-lhe, ainda que em segredo.
Mas sorrir-lhe muitas vezes.

O recomeço é a força de viver.
Enfrentarei o amanhã se vier!

Cansei do escurercer.
Encontro o repouso me deito.
Se ao repousar morrer?!
Será um morrer perfeito.

rosafogo
 
Mais um dia morreu

Chuva

 
Chove,
Faz mau tempo
E, no entanto,
Não há
Nuvem no céu.

Chove tanto,
Bocas, luas,
Árvores secas,
Nuas
Aos meus pés incréus.

Chove,
Torrente
Sobre minha cabeça
Sem guarda-chuva
Ou chapéu.

Chove,
Chuva forte
Ou miúda,
Chove
Guerrilhas e disputas.

Chove
De um céu mavorte
Chacinas e mortes.
Chove porque
Somos todos réus.

Chove
Contra o céu
E as gotas de chuva
Enchem-lhe o cálice
Com mares de fel.

Chove
De céus cruéis
O consumo
Que nos determina
A vida e o lucro dos cartéis.

Chove
De um céu sem céu,
Sem lua
Ou firmamento
Ao canto do menestrel.

Chove!
Chuva, queima
De pântanos
E sistemas,
Imenso fogaréu.

Chove
Dívidas, cifras
E despesas,
Chove monstros
Da chuva e da beleza.

Chove
Pouco salário,
Descontos,
O prejuízo acionário
Sobre o povaréu.

Chove
A solidão
Dos sobretudos,
O labéu de impostos
E tributos.

Chove
Contra nossos gritos
O mármore
E o granito
De vetustos mausoléus.

Chove!
Chuva – brasa,
Desespero
Que desaba
Dos arranha-céus.
 
Chuva

PRIMEIRAS CHUVAS

 
PRIMEIRAS CHUVAS
 
Primeiras chuvas...

Assim vem o amor depois de longa estiagem

Com cheiro de terra molhada e folha lavada

E timidamente solta seus rebentos e tenros brotos

Não esquecendo que mesmo na velha árvore

De raízes profundas, ainda se podem colher doces frutos...
 
PRIMEIRAS CHUVAS

Alma bifurcada

 
Só num dia de sol consegue pensar em nós,
quando a chuva cai, ambos estamos sós.
Nublando o céu, até agora safira brilhante,
a chuva cai em linhas de cristal fino,
o firmamento, como um espelho vazio,
grisado de melancolia,virou cinzento.
As folhas das árvores tornam-se escuras,
um abismo sem fim rumo às alturas.
Em pé à janela, uma dicotomia, a alma bifurcada,
entre o dia de sol claro e a tristeza da chuva,
entre eu e você, entre nós; entre juntos e sós.
 
Alma bifurcada

CHUVA DE PECADO

 
CHUVA DE PECADO
 
Hoje não estou solitário...
Acompanham-me o bater dos pingos de chuva lá fora...
As nuvens choram.. Negras...
Se olhassem para cima veriam que lá o Sol brilha...
O céu continua azul...
Espreito pela janela mas não o vejo...
Valerá a pena sair destas quatro paredes?..
Molhar-me no pecado?...
Sentir a roupa molhada junto ao corpo...
Fechar os olhos e imaginar o calor daquele sol
O seu pulsar de luz... o seu sentir...
Que está lá.. mas não o vejo...
Valerá a pena ficar seco.. incólume
E ver apenas a chuva através dum vidro sujo?...
Ou imaginar que aquela roupa molhada...
Que me envolve...
É o teu corpo...
A tua Alma...
E aquele calor agora imaginário...
É o toque quente dos teus lábios...
No meu corpo sedento de ilusão...
Chamar-se-á VIVER a quem não queira sentir tal chuva???...
Ser castigado pelo vento de liberdade...
Na esperança de vir a ter tal sensação???...

DARKRAINBOW
 
CHUVA DE PECADO

afago

 
Percorro o frio das ruas
desertificadas,
ao persistente fustigar da chuva,
sobre a pedra gasta da calçada.

Há um olhar profundo
que se queda,
à gloriosa varanda
onde mora o esperado afago,
sob a bruma que lambe
o peitoril da janela.
 
afago

GOTAS

 
GOTAS

Gotas caem em pedra morta
Liquefazendo a rua deserta
Em si mesmas são só enxurrada
A umidade, em si, nada desperta

Nada de ilusão, riso ou destempero
Pois não é mais que respingo
A correr enxurro burro ao bueiro
Duma pluviosa manhã de domingo

Ignora que bruxuleia com o sol
Ou que espelhará, em poça, a lua
Inconsciente segue sua procissão
De manar cega, esguelha, à rua

Água, água mole em pedra rota
Bates, bates, e, enfim, perfuras
Um certo dia tu foste gota
De muito te tornaste poema...

Mas, em verdade, só corres,
Corres apenas, nada tua
Insípida, inodora, diáfana, crua
Gota em pedra morta: nem morrer podes
 
GOTAS

BALADA DA CHUVA

 
BALADA DA CHUVA

Olho os teus olhos - a chuva cai;
ferindo queixumes no parapeito da janela.
Olho - mas invejo o que vai na tua alma:
porque queria saber mais, muito mais;
e o amor cresce.
Quero ter-te - erro, talvez! Mas que me importa!
És o mito, no labirinto dos meus pensamentos.
Entraste no meu íntimo, pela porta grande,
e não consigo esquecer os olhos tristes
que me torturam na incerteza - de mim.
E se falasses? Tenho medo das palavras!
O que dirias? Prefiro não pensar.
Doce – tormento.
Olhar alguém, só por olhar! Amar alguém, só por amar!
E desejar que o teu mundo - seja (também) o meu.
“Lá fora a chuva cai”.
“Cai” chuva “na Natureza e cai no meu coração.”*

Poesiadeneno

*Singela homenagem a todos os poetas, em especial
ao autor de Balada da Neve.
 
BALADA DA CHUVA

Memória dum tempo ído

 
Memória dum tempo ído
 
MEMORIA DUM TEMPO ÍDO

Já choram de novo os beirais
Me embalo com o seu choro
A solidão pesa demais
Por um dia de sol imploro.
Cai a chuva como pranto
Desesperada no chão
Também o meu desencanto
Açoita o meu coração.

Já choram de novo os beirais
Lágrimas do céu em desespero
Cantam os pássaros seus ais
E eu à Vida que tanto quero.
Não levo pressa de chegar
Quem sabe numa madrugada molhada
Ou quando o tempo amainar
E a Vida p'ra mim fôr nada.

Já não choram mais os beirais
Se calam em descanso merecido
Já são memória nada mais
Memória dum tempo ído.

Agora sou eu quem chora
Porque já se encurta a Vida
Meus sonhos foram embora
Ando de sonhos despida.

rosafogo
 
Memória dum tempo ído

Chove-me a cântaros na alma

 
Chove-me a cântaros na alma
 
A chuva cai,feita de inverno
já não me traz nada de novo
são lágrimas que chora o povo
dor que não conhece interregno

Os dias vestem-se de noite
o sol teima em não aparecer
Deus não dá tréguas, vai chover
e o vento castiga, feito açoite

Sou permeável ao degelo
que engole a terra e a confrange
céu que agoniza, vão flagelo

Trago o desânimo no rosto
rio que verte um caudal aposto
chove-me a cântaros na alma

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Chove-me a cântaros na alma

A Chuva

 
 
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A Chuva

Quero tanto
o teu corpo
que todo o meu sangue
é uma chaga
em ansiedade pelo milagre
da tua carne
regenerando os meus tecidos
a matéria da tua vida
injectando nas minhas veias
o bálsamo do teu sexo
em difusão por todo o meu ser
movimento teu
entranhando-me no vértice rosado
que tomando-me
me alastrará na tua mente
nesse teu pensamento
que é o caminho da alma infinita
onde o êxtase
abrindo ...
a origem da vida
sela o nosso amor
no livro imortal
das nossas vozes
em fogo - gemendo murmúrios ...
de lá para cá, de cá para lá
em coro uníssono gritando
os nomes que se noivaram
no momento em que descobriram
que antes
dos mares beijarem a terra
já os nossos corpos
molhavam os céus

Luiz Sommerville Junior , A Madrugada Das Flores , 170420110457
 
A Chuva

Tento explicar a beleza

 
Ainda tento explicar a tua beleza
E o cheiro de chuva
Que parou depois
De me encostar a ti
Como ser a árvore
Para construires os teus barcos
Sem que as aves desamorem
A tua respiração
No meu queixo
Enquanto fechava os olhos
Para desenhar janelas
Na nossa roupa
Com as mãos
No agasalho do teu corpo
Confirmava
Que não eras fantasia.
 
Tento explicar a beleza

...crepitar rubro

 
A chuva rebate na vidraça,
assobiando no vento
que trespassa
sob o limiar
da porta...

...verte-se o vinho
sobre o cristal dos copos
que convidam à degustação
do sublime néctar...

...o veludo cor de sangue dos lábios
crepita ao desejo insano que ascende
em fagulha incandescente...

...sob a alucinante libido,
entregam-se os sedentos corpos
à plena comunhão do Amor...
 
...crepitar rubro

Dia tenebroso

 
Dia tenebroso
 
Dia tenebroso

A manhã surgiu fria e tão nebulosa
Praticamente não houve alvorecer
A tarde também continuará chuvosa
E quase nada será possível se fazer

Não se verá abrir um botão de rosa
A natureza com frio vai se recolher
Melhor ler livro em verso ou prosa
Ou então sob os cobertores, aquecer

Dormir por certo nos fará muito bem
Já que sair de casa, não nos convém
Mas muitos aproveitam para beber

Talvez o domingo seja tão ensolarado
E a claridade seja do modo esperado
Para que alegres possamos esparecer

Maringá, 04.06.16
 
Dia tenebroso

O tempo estava chuvoso - PARTE III

 
A seu jeito desajeitado, Maria andava às voltas dentro do roupeiro indecisa com a indumentária para o passeio com o seu Zeus, saias, vestidos, sim o meu vestido vermelho com um salto agulha, fico arrojada, não...não ... não, vou parecer uma tontinha, nem me vou sentir bem comigo própria, o meu Zeus vai olhar para mim como uma pastilha, nem pensar!!!

Maria tu és um reboçado de chocolate com caramelo.

Se gostar vai desembrulhar lentamente para degustar.

Umas calças de ganga uns ténis e uma camisola que deixa espreitar uma pontinha do ombro, perfeito!!!

Quem gostar de mim, terá de me aceitar, tal como sou.

Pontualidade era o lema de Eduardo, que de imediato sai do carro para lhe abrir a porta, como um bom cavalheiro faz, dando-lhe as boas graças de um meigo beijo na face.

Olá, Maria está linda!

Olá Eduardo, muito obrigado...

A minha Vénus delira, ele gostou e hoje calçou uns ténis... boa, dois pontos para ti Zeus, estás vergonhosamente lindo, perfeito, cheiroso hummm... estás divinal.

Também ele hoje escolhera algo mais desportivo os astros deram um empurrãozinho, uma calça de ganga, que salienta um rabo perfeito e um polo desportivo discreto.

Eu quero este Zeus, o meu Deus Grego do amor, a minha Vénus saltitante delira de louvor.

Maria está muito calada, o que me diz de um almoço na serra ao som de umas oitavas?

Perfeito um almoço acompanhado de oitavas, parece-me muito bem.

A serra é linda, passo por aqui todos os dias no caminho do Hospital, não me canso deste cenário, quer dar um passeio no fim do almoço pela serra?

Sim claro que sim, a serra tem locais muito bonitos, divinos.

Sério mostre-me por favor eu vivo aqui há seis meses e não conheço nada.

Deixo a rota por sua conta, pode ser?

Ela sorriu-lhe suavemente, ele arregalou-se por fazê-la feliz.

Zeus meu maroto, sabes como agradar uma mulher... Indecente, de tão cavalheiro que és, falta-te o cavalo branco meu D. Sebastião.

O sol estava tímido e espreitava pelo topo da serra, vestida de verde brilhava com os rastos da chuva, as arvores sorriam, imagem a levar no saquinho das memórias, deixando azeitão para trás, subiam a serra sendo agraciados com imagens retiradas do paraíso. Ao longe o mar envolto com céu, conseguiam avistar tróia.

O restaurante no meio da serra comtemplado por uma casa de campo térrea, um telheiro lindo dentro de um jardim magnífico rodeado de erva verde.

O restaurante brilhantemente bem decorado, com uma típica casa portuguesa, a um canto um gentil senhor que tinha a honra de tocar umas belas sonoras oitavas, uma vez mais degustaram-se de um bom garfo desta o prazer foi dele ao pedir que ela escolhe-se a ementa, a jovem optou por bife de 4 pimentas acompanhado de espargado.

A voz dela era um canto no seu ouvido, deliciava-se a ouvi-la.
Boa escolha, este bife está divinal, Maria merece um ramalhete, estou tentado a oferecer-lhe um grande ramalhete.

Maria entrou em choque,
Que fiz eu para merecer um ramalhete????
Maria ficou vermelha de tanta raiva ter, tinha os olhos em chama quase que saiam para fora, tentada a espanca-lo, saltar-lhe em cima e dar duas valentes estaladas.
“Meu grande asno ramalhete sabes o que é um ramalhete, na minha terra ó minha grande besta, não acredito que este tipo me disse isto. Juro que o espanco.”
Maria não gosta de flores??? De rosas? Um belo ramalhete de rosas?...
AHH rosas claro sim, claro que gosto.
Desculpe, fez uma cara, achei que a tinha ofendido, o que pensou que era?
Na minha terra o ramalhete é o que as raparigas levam na mão na despedida de solteira, entende.
Não, desculpe, nunca tal ouvi.
Quando uma rapariga festeja a sua despedida de solteira, as amigas oferecem-lhe um ramalhete, ou seja um bouquet, entende!!
Claro a moça casadoira leva um ramo de noiva certo?
Não leva um valente ramalhete, é um ramo constituído de genitais … entende…
LOL gargalhadas
Maria com todo o respeito, eu referia-me mesmo a um belo ramo de rosas.
Brancas por favor.
Porque não gosta de vermelhas? É a cor do Amor.
Mas brancas é sinal de respeito.
“Calma Zeus não te entusiasmes com os ramalhetes”.
Um bloco sonoro, de gargalhadas múltiplas soavam no casal.
Maria amanhã é dia de Derby, gosta de futebol?
Gosto.
Estava tentado em convida-la para irmos ver, mas o jogo é no gueto do inimigo.
“Não agora espancaste todo o brilharete que tinhas feito até aqui, tão lindo!!! Zeus és leãozinho? Que horror… ninguém merece, do Sporting”
Pois ninguém é perfeito, não é? Por mim podemos ir ao estádio do Glorioso.
Claro a Maria é de direita, tinha de gostar da equipa do regime de Salazar.
Sou uma mulher de direita e da equipa melhor clube do Mundo a do EUSÉBIO.
O homem deliciava-se a observa-la, tão pequenina, meiga, com um ar angelical, de brilho nos olhos, enquanto alegava com rigor as suas opções.
Defendia os seus ideais com unhas e dentes, de uma forma que era apetecível ouvi-la cantar.
Naquele momento o homem calado sisudo, discreto, parecia feliz e divertido, a observar o oiro do cabelo dela, que se transformava no seu sol, quando a jovem apercebe-se que o olhar dele estava diferente.

Olhou para o seu Zeus que estava intensamente com olhos verdes mesclados arregalados, enquanto ela lambia a colher meigamente, a degustar inocentemente a seu belo prazer, metia-a na boca uma e outra vez repetidamente, tocava-lhe na ponta da colher só com um cantinho quente da língua. De seguida sugava o utensilio cheio de mousse, enquanto se deliciava com o chocolate puro com doçura.

O homem estava a deixar de pensar todo ele era calor, rubor, os seus olhos verdes esbugalhados a brilhar, o animal estava a acordar num canto de bravura volumosa.
Ela tinha o vício desde pequena... Lambia gulosamente as colheres, quer da sobremesa ou do café e fazio-o sem dar conta era terrível... doce, marota… travessura…
Ficara um resto de mousse no canto do lábio feminino, ele sem hesitar com o seu longo braço facilmente o rosto dela alcançou removeu o chocolate, deixou o dedo junto ao lábio, ela estava tentada a chupar-lhe o dedo, lançou-lhe um olhar de malícia que foi entendido na integra, que o deixou corado, em forma de escapatória com as suas mãos grandes e compridas agarrou-a pelo rosto deixando o dedo no lábio levando os restantes ao pescoço junto à orelha o que lhe provocou um arrepio todos os seus shacras que dançavam em círculo, duas luzes se acenderam firme e hirtas, ansiosas de prazer, o seu mar quente e agridoce fluiu.
Olhou nos olhos, o mundo parou o desejo aumentou, desejou possuí-la ali mesmo em cima da mesa, acompanhar o som quente do piano.
Aquela miúda provocava-lhe uma dependência animalesca de desejo, o seu leão despertara, estava rijo volumosamente brutal, queria ninho, quente de águas doces profundas.
O diálogo tinha agora dado o lugar a um silêncio tântrico, um turbilhão orgástico ao som do canto do piano.
Em direcção ao carro ele tocou-lhe no braço e pensou “ela é mesmo à medida do meu sapatinho”
Maria desejou aninhar-se no peito dele, mas a falta de coragem gritou.
Maria travava uma luta com o cinto do carro, mas não conseguia puxa-lo, Eduardo como nobre cavalheiro de enorme grandeza que era. Mais uma vez com o seu longo braço alcançou o cinto para o puxar, sem se aperceber os dois lábios estavam juntos à distância de poucos milímetros, sentiam-se num misto quente com o aroma do chocolate, a jovem fechou os olhos desejou que ele lhe passasse as mãos enormes pelas coxas, ela queria ser agarrada e beijada com toda a sua existência, o homem por sua vez queria passar-lhe a língua pelas coxas, como troféu, ela não queria mas o corpo não obedecia as suas ancas estavam a ganhar vontade própria, enquanto anceia de olhos fechados um beijo quente…
Ele mordisca-lhe a orelha fazendo-lhe, despertar um gemido prazeroso e de seguida ajuda-a a meter o cinto…

@ Na praia à noite ao luar
X

O amor é para ser vivido intensamente, mesmo que platónico ou tântrico.

Na vida as oportunidades, são longos caminhos a trilhar, porque a confiança não se compra, constroí-se.

A palavra de um homem tem mais valor, do que uma moeda de ouro.

A história continua

Ana Cristina Duarte
 
O tempo estava chuvoso -  PARTE III

Anjinhos Faxineiros

 
Anjinhos Faxineiros
 
Anjinhos Faxineiros
by Betha Mendonça

Havia grupo de nuvens cinza-chaminés-de-fábricas na tarde daquela terça-feira sujando grande parte do azul-piscina que banhava o céu. Imediatamente o Arcanjo da Limpeza convocou os Anjinhos Faxineiros para limpeza da área. Eles chegaram prontos para o trabalho: trajavam macacões quadros-de-xadrez, botas negro-asfalto e luvas emborrachadas de cores diversas.

A turminha começou o serviço jogando água-de-flores e anil. Com escovões trataram de esfregar com força as nuvens e conforme o faziam, elas clareavam e caiam em torrencial chuva sobre a Terra.

Desastrado, o anjo Maciel de vez em quando derrubava baldes e lanternas. Grandes barulhos repercutiam cá em baixo na forma de raios seguidos de trovões.

A chuva que aterrorizava alguns fazia bem a para plantações, rios, mares e todos os animais do planeta. Perfumadas flores coloridas desabrochavam, lavouras de alimentos que saciam a fome das pessoas se desenvolviam e tudo isso era bom para o clima e a humanidade.

Agasalhada sob macio edredom da Cinderela Flavinha deixou de temer as chuvas e ventos quando sua mãe contou que os Anjinhos Faxineiros também limpam os temores dos corações das crianças, que como eles são seres celestes.
 
Anjinhos Faxineiros

Chuva de verão

 
             Chuva de verão
 
Caía a chuva.
Como chuva de verão.
Passageira!
Aquele amor também fora avassaladora,
Paixão que terminou rápido,com a duração de uma estação.
Triste chegou o outono com cara de saudade do que ficou para trás.
Amantes do amor fugas .

Nreida
 
             Chuva de verão

Sinais

 
Sinais
 
Chove desalmadamente,
opera-se o pranto
Não fui eu
quem pediu aos céus este dilúvio
São sinais,
presságios de uma fúria assaz maior
Vozes que,
do alto irrompem e se insurgem

O mar transborda
destemido, gélidas lágrimas
Em mim,
um manto branco de hipotermia
E eu,
que não pedi este inverno de tormentas
Passo por ele
enregelada, embutida de agonia



Maria Fernanda Reis Esteves
53 anos
natural: Setúbal
 
Sinais