Quando choramos…
as lágrimas incomodam a luz
mancham a arte de espelhar o belo
emagrecem o íntimo
tudo por culpa
dos Silêncios
frágeis
dos Abandonos
cruéis
das mãos feridas
das ausências
das Caricias
emigradas
das esperanças
enclausuradas …
dessas lágrimas
fora
das margens
das estrelas
tão altas
que um dia
foram nossas Almas ...
A derrocada de uma lágrima
o mar quieto
já não embala
o perigo
de afastar
esta a lágrima
desapadrinhada
na praia
o transparente profundo da alma
também é feito da mesma água
que apaga sorrisos
...e é
nesse triste azul
apeado nas
margens da cara
que a saudade
denuncia a
a falta
das palavras
dos teus lindos lábios
Peito fértil …precisa apenas do teu amor em semente …
as esperas não são feitas do mesmo esperar
espero por ti com a mesma frescura no olhar
com a mesma tesão… tensão ….só de pensar
que poderias fazer do meu colo
o teu navegável
lugar
o menino não …
seu coração
muda de fechadura
conforme as ilusões
nascendo para entender o amor
como as aves migratórias
nos diferentes estuários das suas excursões …
mas será preciso amar em cada poiso …?
será preciso beber em cada riacho, por mais diferente que te pareça…?
diz-me então- quais são as diferenças entre mim e a Julieta; a tua nova atração?
desculpa, quem sou eu para julgar as tuas ações …
vai …
vai até a onde o teu coração te levar
esperando… que um dia
ele saiba voltar para o vazio do meu peito
e ai … encontrar o lugar perfeito …
para amar e ser amado
viajando sem sair do mesmo lugar
aprendendo que o amor precisa de tempo
para ganhar o sustento enraizado do afeto...
Recordar é amar em silêncio
criei desejos
quando a saudade batia nas janelas do olhar
construí projetos de apego
sem estares por perto
meu deus!
quantas vezes reli as promessas de um abraço, nestes braços …agora separados das folhas e das flores …?!
quantas vezes te esperei, sabendo que não ias chegar …?!
Abalada
á vezes
rasgamos a última página
convencidas que a história não acaba
mas as brancas folhas
desabitadas
mostram
que até no outono das letras
um jornal
fica
sem capa
quanto mais
neste inverno
das nossas almas
chegou o tempo de fechar a capa
sem as lágrimas
borrando o fim
só com esta saudade
por envelhecer
a escrita