Poemas, frases e mensagens de Joanacarolino

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Joanacarolino

Toque de asa

 
 
atropelo a tristeza
que musga o silêncio
e deixo o paladar
das coisas mágicas
açoitarem o sonho

é desta forma
que as saudades de ti
chegam
feito aguaceiro no verão
contrariando esta lonjura de olhares

Amo te ….Tu sabes …
sabes
quando te penso com o coração
…e sentes…
este tocar sem pele
nas arestas dos lábios
bradando
às promessas guardadas
no vulcão
tão calado ....
 
Toque de asa

Ermas quietudes

 
 
Coração apertado
Não chora o inverno
Fica calado
Aguardando o regresso
Do sarado sonho
 
Ermas quietudes

A derrocada de uma lágrima

 
 
o mar quieto
já não embala
o perigo
de afastar
esta a lágrima
desapadrinhada
na praia

o transparente profundo da alma
também é feito da mesma água
que apaga sorrisos

...e é
nesse triste azul
apeado nas
margens da cara
que a saudade
denuncia a
a falta
das palavras
dos teus lindos lábios
 
A derrocada de uma lágrima

…Diamantino perde o brilho com as ausências de amor

 
 
complicado
olhar para trás
ver o amor tão distante

olhar para a frente
ver o amor indiferente

gostava de olhar para o lado e ver o amor colado
suando as mãos
encurtando a tristeza do caminho
salvando o tempo Diamantino
 
…Diamantino perde o brilho com as ausências de amor

Amorosamente teu

 
 
O amor antes de ser

Tudo o que protege também separa
Acontece com a princesa no castelo
Com o frade na abadia
Com a sereia no mar
Não pode haver barreiras
Nem quintais com cercas altas
Ou muros mais altos que as sandálias
Se queremos ver o amor acontecer
Não pode haver muralhas a separar
As futuras rainhas dos frades
Não pode haver
Fronteiras
De azuis
Nos olhares

O amor depois de ser

Deixa de haver obstáculos visíveis
Porque é milagre nos olhos
Nos mil cantos
Do coração
E fora dele
E no fundo
Percebemos os dois
Que era amor
É amor
Será amor
A onde estivermos
 
Amorosamente teu

Quase parti a loiça toda quando chegaste

 
 
escusado mentir sobre o coração
roubado
entreguei-o no dia em que te vi

meu deus
chegaste com esses olhos de barro
pendurados em brilho
de marfim

não te apercebeste
minhas mãos
tremiam
como a oleira mais inexperiente
para além de xira
nos jardins das lezírias

tive tanto receio de os magoar
na presença de outros
que não os teus
 
Quase parti a loiça toda quando chegaste

Quando choramos…

 
 
as lágrimas incomodam a luz
mancham a arte de espelhar o belo
emagrecem o íntimo

tudo por culpa
dos Silêncios
frágeis

dos Abandonos
cruéis

das mãos feridas

das ausências

das Caricias
emigradas

das esperanças
enclausuradas …

dessas lágrimas
fora
das margens

das estrelas
tão altas
que um dia
foram nossas Almas ...
 
Quando choramos…

Eu não esqueci o bordado dos teus dedos

 
 
se eu tivesse os recursos do teu ser …
mudaria de lugar
a tristeza
de quem está perto
mudaria para muito longe…
para um mar inanimado…
onde as lágrimas de dor
são temperadas
com desamor

se eu tivesse essa alma gigante
que educa nossos
corações
o pulsar da afeição pelos outros …
ficaria com a sensação
que o dever foi aperfeiçoado
numa soma de desassossegos
açucarados
 
Eu não esqueci o bordado dos teus dedos

Peito fértil …precisa apenas do teu amor em semente …

 
 
as esperas não são feitas do mesmo esperar

espero por ti com a mesma frescura no olhar
com a mesma tesão… tensão ….só de pensar
que poderias fazer do meu colo
o teu navegável
lugar

o menino não …

seu coração
muda de fechadura
conforme as ilusões
nascendo para entender o amor
como as aves migratórias
nos diferentes estuários das suas excursões …

mas será preciso amar em cada poiso …?

será preciso beber em cada riacho, por mais diferente que te pareça…?

diz-me então- quais são as diferenças entre mim e a Julieta; a tua nova atração?

desculpa, quem sou eu para julgar as tuas ações …

vai …

vai até a onde o teu coração te levar
esperando… que um dia
ele saiba voltar para o vazio do meu peito
e ai … encontrar o lugar perfeito …
para amar e ser amado
viajando sem sair do mesmo lugar
aprendendo que o amor precisa de tempo
para ganhar o sustento enraizado do afeto...
 
Peito fértil …precisa apenas do teu amor em semente …

Recordar é amar em silêncio

 
Recordar é amar em silêncio
 
criei desejos
quando a saudade batia nas janelas do olhar

construí projetos de apego
sem estares por perto

meu deus!

quantas vezes reli as promessas de um abraço, nestes braços …agora separados das folhas e das flores …?!

quantas vezes te esperei, sabendo que não ias chegar …?!
 
Recordar é amar em silêncio

A vida das nossas vidas

 
 
de gota em gota
o mel suja a roupa
mas engradece a felicidade
de te ver contente
a raspar o frasco
com os doces dedos
e o paladar de panda
gigante

como é bom ...
ficar com tímpano rasgado
graças a tua gargalhada
que entoa a casa
da outra cidade

sabes...
quero que sejas assim
um espalha brasas
para aqueceres
este mundo
cada vez mais frio

quero que o infinito
tenha o teu som
para acordares
as estrelas
que já nos deixaram
 
A vida das nossas vidas

Abalada

 
 
á vezes
rasgamos a última página
convencidas que a história não acaba

mas as brancas folhas
desabitadas
mostram
que até no outono das letras
um jornal
fica
sem capa

quanto mais
neste inverno
das nossas almas


chegou o tempo de fechar a capa
sem as lágrimas
borrando o fim
só com esta saudade
por envelhecer
a escrita
 
Abalada