COMPASSO
Dormir e acordar
Tendo consciência do que sou.
Viver cada dia
Com a incumbência de ser,
O que não sou.
Não é fácil!
Pensar que fui longe demais.
Não sair do lugar.
Andar...
Na velocidade
Da tartaruga,
Do Automóvel,
Do avião,
Do som,
Da luz.
A velocidade do tempo é mais eficáz.
Preciso aprender a caminhar como homem.
Estar acordado.
E se dormir que seja para acordar.
Não ser lento, nem velóz
Pra chegar.
E não cedo, nem tarde.
Preciso descobrir o compasso da eternidade.
(Editado em coletânea poética)
RETRATO VIVO
Apareceu você
Colorindo flores;
Trazendo cores
Ao meu viver.
Em tempo bom
De primavera;
Calor ameno
Prenuncio de verão.
Se tens a arte do amor
No toque das mãos;
Que eu seja tela submissa
E objeto de tua inspiração.
Pinta em meus olhos
Um brilho claro de luar;
a refletir, teus olhos
No meu olhar.
Desenha-me nos lábios, um sorriso
Largo, de improviso;
Para saberes da minha alegria
Ao ver-te chegar.
Liberta e desnuda-me
Recria-me outra vez;
Apague as marcas
Lapide as curvas.
Desvenda-me os segredos
Dá-me asas para voar...
Desfaz as grades de meus medos.
Poe nos meus seios
Todo o mel e veneno;
O licor preferido
Nos beijos.
Para que só de mim...
Te embriagues ao beber.
Faça com que eu seja
A taça do teu desejo;
Na medida exata
De teu prazer
(Retrato Vivo integra a V Antologia - Poemas e Poetas do Brasil.
Prêmio de edição - Litteris Editora.)
Poesia
Poesia
É diamante.
Não importa o tamanho
Brilha...
Tambem corta.
E, como!
Retirado da crônica APERTO de mesmo autor
EM NOME DA PAZ
Um gesto é o sinal de ataque:
Bombas, explosões, desespero.
Então, o silêncio fúnebre.
A vida se esvazia qual copo d'água.
Nas mãos dum homem sedento.
A água é vermelha, cor de sangue.. É sangue!
Vivo, humano, inocente.
Atenta! Contempla...
Quão grande é teu poder.
Podes silenciar as vozes,
Os gemidos, sorrisos.
Podes silenciar o som da flauta,
O choro da criança.
Sim! Podes tirar a vida.
És tu um deus? Animal? Ou monstro?
Digo-te: És nada!!!
E do nada te levantarás,
Altivo e arrogante dirás:
_Foi em nome da paz.
Oh! miserável senhor da morte, rogo-te:
Mostra-me teu poder, uma vez mais.
Curva-te e toma nos braços fortes,
Uma única criança, dentre tantos, que matastes.
Junta-lhe os pedaços,
Sopra-lhe as narinas,
E a faça chorar como antes...
EM NOME DA PAZ!
(publicadoem coletânea)