Verdade Convertida
Leitura de Rui Diniz, poema incluido na 5ª edição do podcast Lucidez - Segredos e Perguntas
Rui" rel="nofollow">http://www.esnips.com/doc/7ef22ca5-8d ... _esnips_blue">Rui Diniz - Verdad...
Se não podes mudar o mundo,
muda o teu mundo!
Procura:
aquele pedaço da Felicidade
que julgas perdida;
no fundo
da Verdade
convertida.
Se não podes mudar o outro,
muda o teu outro!
Conquista:
aquele pedaço da Alma
que julgas contida;
no rosto
da Verdade
convertida.
Se não podes mudar a gente,
muda a tua gente!
Educa:
aquele pedaço da Luz
que julgas escondida;
na mente
da Verdade
convertida.
Se não podes mudar a guerra,
muda a tua guerra!
Respeita:
aquele pedaço da Paz
que julgas vendida;
à Terra
da Verdade
convertida.
Se não podes mudar nada,
muda o teu tudo!
Ama:
aquele pedaço da humanidade
que julgas mantida;
à entrada
da Verdade...
MENTIDA!
Rui Diniz
Vulcões
Leitura por Luiz Gaspar.
Texto e audio incluidos no livro "Corte d'El-Rei"
Rui" rel="nofollow">http://www.esnips.com/doc/7a320f62-cd ... _esnips_blue">Rui Diniz - Vulcõe...
Uma brisa suave anuncia-nos o Céu
quando em êxtase cubro o teu corpo como um véu.
Que na troca de olhares, no sorriso cúmplice
tudo o que somos se resume.
Quando nada se diz e o suor escorre
e o teu prazer pede que o exume
os beijos falam...
e o medo morre!
Aí, o vulcão que te liberto mergulha-me;
minha boca sente na tua todo o mel
dos favos ricos, da tua sede, do pincel
com que a tua mão pinta arrepios na minha pele.
A tua lava envolve-me, ardente e segura
e deixa do meu pranto a fonte enxuta
e quando ao acaso o teu verbo augura
entrego-me extático sem dar luta!
E é aí, nesse mesmo momento
em que partindo da tua face benzida a prazer,
do teu espirito já errante, viajante, voador,
que o meu se funde à tua Paz com um grito que vem ser
como o de Ipiranga, libertador!
Voamos para além do Céu!
Voamos para além da dor!
Voamos para viver o que o destino nos investe...
A Paz celeste...
O nosso Amor!
Rui Diniz
Bregenz ao almoço
Excerto do Concerto de Bregenz de Keith Jarrett
Keith" rel="nofollow">http://www.esnips.com/doc/b720c0f2-97 ... snips_blue">Keith Jarrett-Bregenz excerpt.mp3
As notas ecoam na minha cabeça...
"tam, taram, taramtaram...".
O amigo Jarrett ajuda-me a encher minutos vazios de tempo eficaz.
E ele lá continua "taram, taram"…
e na segunda vaga da melodia,
surges tu como uma chama que acende o pavio de uma vela.
As velas, por muito belas e bem cheirosas que sejam
acabam sempre por gastar todo o pavio
ou afogar a chama em si próprias...
e nem tu és excepção...
nem tu,
a vela mais bonita de todas as que já vi arder,
apenas porque és a vela que aqui hoje arde em mim.
Em muitas religiões,
as velas estão associadas a promessas, a desejos, a pedidos...
e se usar a analogia contigo,
és a promessa mais forte,
o desejo mais ardente
e o pedido mais profundo...
que a tua chama se apague tarde, é melhor do que cedo.
E sem religiosidade mentirosa te digo
que quando a tua chama se extinguir nessa vela
noutra arderá… como eu,
como tudo,
como todos,
nesta unidade energética que partilhamos!
No meio disto,
o Keith já martela o seu piano,
com os dedos nas teclas e os pés na madeira;
é um maluco!
Mas um génio. Como qualquer maluco...
ou melhor, qualquer génio é seguramente um maluco…
Que a loucura é a genialidade da diferença
exposta ao medo que temos de ser iguais…
na diferença.
Hmm… Mas isso agora... não interessa.
A música sim, interessa. O momento.
E a tua face sorrindo também.
E o teu beijo tão quente, doce e molhado
como chocolate derretido em leite.
Isso sim, interessa.
Esse ambiente de quase morte por prazer que me faz tão dormente.
É isso que importa.
Porque a morte, tal como a vida, é um prazer;
o prazer de apenas ser;
é a existência, a experiência,
a partilha…
E no fim,
sim, no fim do que quer que seja que se transforme
e que vemos cegamente acabar,
é isso que fica
e é isso
que à luz do sol ou da lua,
realmente importa…
Rui Diniz