MEUS PEDAÇOS - (Soneto n. 73) - Silvia Regina
MEUS PEDAÇOS
De repente, no âmago do meu ser,
algo assoma... vem... cá desponta,
faz-me plena, faz-me estar pronta,
e a este dom sempre preciso ceder.
Está feito e nada há mais que fazer,
a sensação é forte, quase fico tonta.
Plano alto e, isso, até o céu afronta:
eu preciso sonhar/flutuar/escrever.
Palavras se ajustam por encanto:
cada frase ... cada ponto faz o verso
e uma rima ... E é vida, e é canto.
Eu lanço poemas em dúzias, em resmas
espalho-os pelo ar, em pleno Universo,
como se fossem pedaços de mim mesma!
Silvia Regina Costa Lima
24 de maio de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 24/05/2009
Código do texto: T161267
http://recantodasletras.uol.com.br/sonetos/1612672
MINHA ALMA - Silvia Regina
"MINHA ALMA"
Vórtice de silêncios e espumas
brumas... sombras e claridade
amando sons, formas, encanto:
- é assim que sinto a minha Alma,
e é assim que minha Alma dança
(sem vaidade, pura...e descalça)
na destreza dos pés de bailarina
ou na beleza de suas ricas rimas
invalidando todas as amarguras
(enquanto cessa a dor e o pranto)
no lindo e doce vôo que ela alça.
Minha Alma é Asa Cristalina!
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Silvia Regina Costa Lima
21 de junho de 2008
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Publicado no Recanto das Letras em 21/06/2008
Código do texto: T1044880
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1044880
CENÁRIO
CENÁRIO
Tu me serves o vinho rubro
na taça de ouro e alabastro.
Eu giro em rodopios,
na canção que deixa rastro.
E, na noite de lua
do belo luar de outubro,
acendem calor e cio,
quando o vinho faz efeito.
Zonza, para ti, eu deito.
Uma coruja pia,
o gato mia
e, lá na distância,
as estrelas, em cintilâncias,
caem...se soltam...voam...
descem... se jogam...
despecando em nosso leito.
...e, entre elas, 'fico' tua.
Silvia Regina Costa Lima
6 de abril de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 12/05/2009
Código do texto: T1590494
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1590494
SOUS LE VENT - (Sob o vento)
SOB O VENTO
Ah!! Queria voltar ao princípio do mundo,
desintegrar átomos... despovoar a Terra ...
Queria perder a timidez ou minha lucidez
e, quem dera, de vez - ao menos, uma vez.
Escalar as alturas, desafiar a tempestade,
esquecer a sanidade/a idade/a divindade...
Desafinar a sinfonia, descer mais ao fundo.
Dar a cara a bater...ou bater em igualdade.
Ousar existir, e fugir desta maldita cidade!
Esquecer os atalhos miseráveis...imutáveis,
e caminhar, glorioso, na estrada principal!
Não despertar feito'eu'...e, sim, o meu inteiro,
mesmo que fosse amoral, entanto, verdadeiro.
Queria dizer o 'não' que ainda está enviezado:
- falar, calar, voar, gozar, gritar - ou só passar
sob o arco do tempo, e sob o vento encantado,
compassado. Porém - como nada disto eu faço -
cabisbaixo, triste, retorno sobre os meus passos
e, novamente, preciso pedir um socorro ao mar!
Mas ele não ouve e, outra vez, morro afogado...
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Silvia Regina Costa Lima
19 de fevereiro de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2009
Código do texto: T1449794
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1449794
HOJE
HOJE
Hoje, quero gelo e bom vinho,
pois está tudo a me queimar,
e eu transbordo de desejo.
Hoje, quero mais divertimento,
e nada... nada em ritmo lento.
Não o quero terno e, sim, sedento.
Não o espero bem calminho,
nem almejo só os seus beijinhos.
Hoje, a lua ficou cheia nesta aldeia...
E aonde você está? Venha provocar.
Venha, em mim, deitar ... penetrar
como o rio se apossa/adentra o mar.
Venha se fundir a mim - e me amar.
Hoje, venha me conquistar,
traga-me uma surpresa.
O meu cálice está bem cheio,
e que nada fique pelo meio.
Me pegue sobre sua mesa,
e faça tudo em volta rodar,
deslizar/girar/ah, sem ar
- até o mundo se apagar!
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Silvia Regina Costa Lima
23 de Maio de 2008
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Publicado no Recanto das Letras em 20/03/2009
Código do texto: T1497117
http://recantodasletras.uol.com.br/visualizar.php?idt=1497117
O Graal - CÁLICE DA PAZ -
A luz desceu intensa e forte,
muito acima do nosso mundo,
descrevendo desenho oriundo
de um recanto mais ao norte.
Um espetáculo de grande porte,
num significado muito profundo,
portador de um recado fecundo,
pra poucas almas de boa sorte.
...
E falou-nos o mensageiro mui divino:
-"Por Amor, todo ser que tiver tino
- de violências - jamais seja capaz!
Eu vos trago a sabedoria das esferas,
pois, perdida do homem há tantas eras,
alojada está no lendário Cálice da Paz!" *
Silvia Regina Costa Lima
24 de fevereiro de 2010
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Publicado no Recanto das Letras em 26/02/2010
Código do texto: T2109576
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Veja no Recanto das Letras:
http://recantodasletras.uol.com.br/sonetos/2109576
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E ele é o soneto primeiro colocado esta semana, veja:
http://recantodasletras.uol.com.br/sonetos/?lista=semana
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1)CÁLICE DA PAZ (O Graal) - (Soneto n.126) - Silvia Regina
Silvia Regina Costa Lima - 26/02/10 - 180 leituras
O MURO
O MURO
Tenho a forte lembrança do não vivido.
Tenho desejos de amor não vivenciado,
o reconhecimento do que é me querido,
no indício do que - por mim - é amado.
Penso em aromas e cores já retidos.
Penso num amor mais que arrebatado,
no sabor marcado dos loucos sentidos,
na memória do que foi experimentado.
Neste meu bem-querer é que tudo flutua,
e, talvez, por não ter isto é que procuro,
escapar logo de mim para tentar ser tua.
Mas, a falta de acesso é tão incontornável,
pois subsiste um muro vivo...denso/escuro,
que nos separa, e hoje me faz inconsolável!
Silvia Regina Costa Lima
12 de março de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 30/03/2009
Código do texto: T1513364
http://recantodasletras.uol.com.br/sonetos/1513364
Pequeno Canto de Amor
Pequeno Canto de Amor
És (para mim) Tudo.
E bendito é o fruto,
o que aqui foi nato
- encanto tão exato!
Canto o Canto de Louvor.
És, em doce ministério,
a criatura e o Senhor.
o Criador e seu mistério.
- e o Dono do meu Amor.
***
Silvia Regina Costa Lima
1 de fevereito de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 03/02/2009
Código do texto: T1420016
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/1420016
"EU" - Silvia Regina
"EU"
Num certo momento,
de um dia qualquer...
Sem prévio aviso
assim, de repente
- além do juízo -
se forma o Tormento.
Minha alma se fecha,
se isola do mundo:
- O eu mais profundo
está em revolta,
a tudo assola,
não quer mais pensar...
Uma ausência me fita,
mas não é de alguém.
É algo que grita,
memória aflita
de algum lugar
- mas dentro de mim !!
Parece um abismo.
Me deito e cismo...
Ali fico, ali gemo,
perdido, sombrio,
sozinho e com frio.
Terei algum gêmeo?
Tantos porques,
O onde e o que
E a dor dos cades...
Mergulho no poço,
me quedo no fosso
esperando passar...
Dentro da vala,
tudo é um breu!
- Não há nenhum deus?
O horror me cala,
o silêncio é que fala,
e NADA é mais meu...
Até que eu volte a ser Eu !!
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Silvia Regina Costa Lima
3 de abril de 2008
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Publicado no Recanto das Letras em 07/04/2008
Código do texto: T935582
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/935582
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Tela de J. M. W. Turner, Snow Storm: Steamboat off a Harbour's Mouth. 1842.
ASSINATURA
ASSINATURA
Palavras!!! Ah, não sou eu a culpada,
se elas existiam antes de mim - é sim -
e estabeleciam começos...meios...fim,
rindo-se de acintosos mal-entendidos.
Então, porque sou eu a ré acusada -
se, com elas, eu apenas escrevo
(na noite ou em solitárias tardes)
arrancando do cerne e da minha carne,
o sangue tinto com que eu sinto
(enfrento/encaro/me atrevo)
as letras de magia e sonhos perdidos?!
Assim, nada retiro daquilo que digo:
Eu crio/assino/apago a luz ... e sigo.
***
Silvia Regina Costa Lima
25 de maio de 2009
Publicado no Recanto das Letras em 26/05/2009
Código do texto: T1616296
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1616296