Poemas, frases e mensagens de Vamaloso

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Vamaloso

Papagaio de papel em crise

 
Quero escrever o que ninguém escreve por ti
na correria e ilusão desse voo ser o primeiro,
no limite a proibição era falta de vento e jeito
nesse papagaio de papel que eu nunca esqueci.

Neste mundo de papeis de consumo em crise
estimulante é a mudança nesta história virtual,
reaprender com as inúmeras quedas em pique
e controlar esse fio por um papel de vida real.
 
Papagaio de papel em crise

Pétala

 
Uma pétala caiu desse canto de água
como folha de Outono que desmaia,
Uma pétala percorreu tez de frágua
ficou pendente dessa concha catraia.

Uma pétala gelou o frio do sentimento
como moinho de vento sem a semente,
Uma pétala ecoou todo o pensamento
sobrou palavra da gota que não mente.
 
Pétala

A tira linhas

 
É a alegria de sorridentes joelhos rotos
por lágrima de crocodilo a conta-gotas,
É a maravilha das histórias dos contos
a tabuada entendida no bicho de contas.

É sorte vivida nos dois dedos cruzados
que lança o pé na bola e a mão no pião
É segredo sonhar os dois beijos jurados
um compasso em tira linhas do coração.
 
A tira linhas

Praia de Maragogi

 
Noutro gume de laranja perdida
só a fresca sombra do coqueiral,
Na cama de chá verde estendida
esse mergulho nas galés de coral.

No mar fugidio é tesouro de prata
ao sol espirituoso coco no abacaxi,
Da banana ideia filé para arte rara
da gamela uma praia de Maragogi.
 
Praia de Maragogi

O maior medo de um poeta

 
O maior medo de um poeta não é fechar os olhos para sempre num momento, é num simples espirro perder um segundo de inspirado pensamento !
 
O maior medo de um poeta

Sou como Zêzere

 
Na berra ao nascer privado do calor
o primeiro prazer foi cântaro magro,
Na descoberta da forma e pela cor
foi por amor o meu primeiro passo.

Apontei canoa mas deixei-me levar
por traçados dos vividos influentes,
Estudei muitas artes de bem remar
mas cresci só em amores afluentes.

Sou como Zêzere moldando pedra
na natura da minha marca nesta era,
Para trás só o meu tempo de chegar
na frente por me atrever a contemplar !
 
Sou como Zêzere

Corpo au Sal

 
Assentar pelas oito e arejar ao marcar onze
dispo corpo até à medida desse preconceito,
Na cama de areia de vista azul no horizonte
aqueço corpo protegido de rubor por defeito.

Demolhando e flutuando na bandeja de mar
refresco corpo onde aí a lua é o sol do areal,
No tabuleiro d’oiro tempero é maresia no ar
e evaporar frescas gotas é vestir corpo au sal.
 
Corpo au Sal

Ternura

 
Quando adormecer no gesto da tua ternura
leva-me o corpo com armadura até ao leito,
Quando escutares o teu nome com candura
abraça-me e murmura para o sonho perfeito.

Quando abrir a tua flor no prado flamejante
deixa-me florir também e servir o meu peito,
Quando atear a tua lareira de fogo crepitante
acolhe-me com a ternura de sonho por eleito.
 
Ternura

Nada tinha para escrever

 
Nada tinha para escrever e pintei com a minha mão
nessa tela de pessegueiro e elevando sopé o monte,
Encontrei rosada flor fresca e compasso do coração
o salvo conduto onde nasceu riacho e serviu a fonte.

O cavalete de incenso e que pagina de aroma denso
neste traço de luxúria e rasgo de luz que me ofusca,
Não tinha letras para ver e abri o teu mundo intenso
o som a palavra que me guiou e pintura de uma lua.
 
Nada tinha para escrever

Eram pedras...

 
Era um corpo de pedras vítreas refrescantes
nesse teu olhar onde sede ficava só comigo,
Era uma catapulta de pedras toscas errantes
nessas palavras que não acertavam contigo.

Era o espelho de pedras indelével esculpido
nesse teu rio que fugia sempre para o mar,
Era um colar de pedras invisível esquecido
nessas contas acordei sem o fio para amar.
 
Eram pedras...

Passos apressados

 
Um leve toque de brisa da manhã
no chão de bouquets perfumados,
Mas é ensonada esta vida cortesã
onde vivem os passos apressados.

Sol lusca fusca pelo poiso da Lua
no ar de bom dia a chilrear recados,
Mas é labuta mouca e sempre crua
onde correm os passos apressados.

Galho da laranjeira deu dois gomos
no mar de boa noite de entrelaçados,
Mas é somente na Terra dos sonhos
onde dormem os passos apressados.
 
Passos apressados

Volúpia

 
Num fruto de amor e de alma
cresces por volúpia na virtude,
lanças esse arrepio sem calma
e rodopias em doce queixume.

Ar perfumado de água e terra
danças por querer saber viver,
estremeces no grito da guelra
e abraças leito até amanhecer.
 
Volúpia

Acordar

 
Aberto sonho e fechado de susto ao ponteiro do tempo
existe o milésimo de segundo de não saber onde estou,
Imerso pensar esconde a energia para o pesado ascendo
resiste falsa réstia de esperança que a hora não chamou.

Desperto corpo de marioneta de invisível fio suspenso
persiste o último momento de não saber como acabou,
Irrequieto duvidar mas é íman de pés á terra descendo
desiste da meada por pavio que um novo dia começou.
 
Acordar

ahH Dois Ó

 
Num borrifar que salpica lençóis de pele
ser autor de película de longa metragem,
é chapinar no charco da colmeia de mel
por onda que se faz vaga pela amaragem.

Essa cascata de chuva na noite desperta
corrente leito onde não há ponto sem nó,
são puras as gotas de espuma nessa
tela
e são felizes num cadeado ahH Dois Ó ó.
 
ahH Dois Ó

Antes que amanheça

 
O convite da janela é pedra de calçada que reluz
talvez queira mais da noite quando dia esmoreça,
É tempo nascer outra vez e te achar na contra luz
talvez decida sair para a ruela antes que anoiteça.

Afundar numa esplanada de lua ou na orla de bar
e desvendados livra-me desse jogo de cabra-cega,
Líquidos sorrisos cúmplices na sede do mesmo ar
e dançados nesse fim saímos antes que amanheça.
 
Antes que amanheça

Ice Bar por Barcelona

 
Quando transpira quente a inércia da noite
no corpo líquido no vítreo ponto de fusão,
Apetece agitar o copo da vida num açoite
para refrescar atmosfera densa de pressão.

Sol alto que despede orla fresca da praia
com inércia talvez te escolha como o lar,
Lua alta que veste a noite tal peixe arraia
visto manto e quebro gelo só no Ice Bar.
 
Ice Bar por Barcelona

Crise Existencial

 
Viver o impasse depois de cada jornada
que acordados o sonho fica só no papel,
Perdida ponta da corda de tão enrolada
que não se estica para escalada ou rapel.

Crise Existencial é vírus mas não aparece
mas tontos vivem os contos de vil metal,
Crise Existencial é saber mas não cresce
têm uma ponta da corda e acham normal.
 
Crise Existencial

Para Adormecer

 
Daqui para ali nessa sede berraria
não seria inocente morder e sorver,
E seguro embalo em doce acalmia
na mesma melodia para adormecer.

Daqui para ali na inquieta tropelia
não ser culpado de viver a crescer,
E seguro abrigo nesse colo alegria
na mesma história para adormecer.

Dali para aqui nesta eterna correria
não sendo recta é de subir e descer,
E seguro o porto que faz valer o dia
sempre teu carinho para adormecer.
 
Para Adormecer

A virtude do Natal

 
A virtude do Natal é a palavra de um qualquer desconhecido desejar-nos a prenda de sermos felizes, ser consoante na virtude é ser feliz e vogal presente no verso da conhecida família.
 
A virtude do Natal

Matamorra em Porto Santo

 
Foi na rota de uma promessa de sangue de drago
que escolhemos pura lágrima seca por descanso,
Fizemos Matamorra perfeita num selado abraço
que enchemos só de jura na Ilha de Porto Santo.

Seiva apetecida devia ser uma promessa eterna
que esquecida não dura se o laço não se cultiva,
Amor corsário levou cada um para a sua regela
mas sopra vento neste mar e existe pano na vela.
 
Matamorra em Porto Santo