POEMA DO DESENCONTRO TOTAL

prezada poeta,

obrigado pelas suas palavras. obrigado por ter gostado.

afeto,

j.

alexandra,
você tem razão. embora kafka não faça parte do grupo dos meus autores favoritos, este poema tem sim algumas pitadas kafkianas. afinal, a maldita da barata de gregor samsa, queiramos ou não, também vive um pouco ou muito em cada um de nós.

beijo.

j.

ps: você está certa: a semelhança com kafka não é mera coincidência não.

creio que somos nós, minha querida amiga, quem mudamos os rumos da nossa vida. agora, por exemplo, a alexandra percebeu o que eu não percebi: sem gostar tanto de kafka roubei para mim a barata de kafka. é estranho, não? kafka é um escritor que nunca me fascinou. e olhe a barata dele rondando o meu poema. acho que este inseto esta vivo e bem vivo em cada um de nós. somos repugnantes. eu, principalmente - roubando a ideia dos outros. ou nem tanto. minha defesa está em mario quintana, que mostra que não somos tão originais:

"Como o burrico mourejando à nora,
A mente humana sempre as mesmas voltas dá...
Tolice alguma nos ocorrerá
Que não a tenha dito um sábio grego outrora..."

um beijo,

j.

engraçado, eu não percebi, mas este poema saiu em cima do kafka, que aliás é um autor que eu nem gosto. mas e daí? as metamorfoses na vida da gente existem desde que o mundo é mundo. no velho testamento, por exemplo, a ira de deus transformou a mulher de lot em estátua de sal. gregor samsa vira uma barata. por que não pode crescer pêlo nos meus olhos? no final, dá tudo na mesma. e a gente vai se repetindo e morrendo até ao final dos tempos.

salve,

j.

minha amiga,
neste poema, eu só fiz repetir kafka - e nem percebi. aliás, kafka nunca foi dos meus autores favoritos. e eu o repeti. da mesma forma que gregor samsa, personagem de A Metamorfose, virou uma barata, cresceu pêlo nos olhos do poeta, da mesma forma também que a ira de deus transformou a mulher de lot em estátua de sal, da mesma forma que as bruxas transformam príncipes em sapos, encanto só quebrado pelo beijo da princesa. assim é a vida - eterno metamorfosear. até ao dia que este casulo que nos reveste se desprender de nós definitivamente.

carinho,

j.

não, maria joão. você tem razão. como eu disse num comentário em resposta, desde a mulher de ló, transformada em estátua de sal, passando pela barata de kafka, mergulhando nos príncipe-sapos das histórias infantis, a transmutação é sempre para pior - e não estou nem falando da velhice.

um beijo,

j.

sei que não...é daquela transformação interior(principalmente) que madrasta vida encarrega-se de nos cravar de cicatrizes.

beijo