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ÓPERA TORTA

 


ÓPERA TORTA
Paulo Gondim
05/11/2010

Tentas esquecer-me, pois sabes ser preciso
Mas apenas tentas, nada mais do que isso
Nem o sol de um novo dia, nem a lua
O sereno da noite, a luz fosca da rua
Te servem de amparo, de lenitivo
Pois meu amor permanece, em ti, vivo

Assim sou eu, que também não te esqueço
E por assim ser, mais do que tu, padeço
Minhas noites são trevas, as manhãs frias
Orbitam em mim lembranças sem fantasias
Sou um espelho velho a refletir tua imagem
Um trem errante, que não sabe o fim dessa viagem

Somos o resumo dessa ópera torta
Representamos cenas de natureza morta
Dois zumbis, fantasmas na escuridão
Amargando o desprezo, a falta de perdão
Implorando o fim desse vil castigo
No abraço frio e derradeiro de um jazigo





Paulo Gondim

 
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Paulo Gondim
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/11/2010 08:50  Atualizado: 06/11/2010 08:50
 Re: ÓPERA TORTA
Aplaudo

Abraço

Enviado por Tópico
FredericoSalvo
Publicado: 06/11/2010 09:37  Atualizado: 06/11/2010 09:37
Colaborador
Usuário desde: 23/01/2008
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Mensagens: 1285
 Re: ÓPERA TORTA
Amigo Paulo!
Um espetáculo seu poema.
Parabéns.
Frederico.