Poemas -> Desilusão : 

Quando Fostes

 
Quando fostes e o vento calou-se em meu ser
E eu ouvia lá fora teus gritos de adeus
Calou-se também a minha voz embargada
Calaram as praças, os rios
E nem mais os gritos no edifício ao lado se ouvia
Apenas tua boca

Balbuciando um mentiroso e cético "amor"
Que se misturava com o brando calor da tarde
O sol estava em mais um processo maquinal
Anunciando a noite fria e só que estava por vir
E eu ali, acenando para a minha própria tristeza

Quando te fostes e a noite já havia caído
O silêncio tornou-se ensurdecedor e mudo
Nem as aves pousavam mais na cerquinha velha
E nem havia mais café na mesa
E tudo era vazio

E eu percebi que já fazias parte de mim
Que tu já era a essência que me adormecia
E sem ela eu vagueio de insônia pelas noites
Silencioso e recordando cada movimento teu
Percebi que gostava do teu cheiro
E que era porque estavas ali que eu era feliz...

Tudo isso eu percebi meu bem,

Mas apenas quando fostes embora.

 
Autor
Nathaly
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1449
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 30/08/2007 17:32  Atualizado: 30/08/2007 17:32
Colaborador
Usuário desde: 18/09/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: Quando Fostes
Pois é esse é o grande problema de muita gente...
Muito bem descrita esta desilusão.

Bem vinda

Beijinho

Tália