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SOU LIXO QUE NINGUÉM VÊ

 
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Andei perdido
Em vielas sem saída
Andei esquecido do que era a vida.
Sem Norte sem Sul
Sem Estrela Polar
Eu andei perdido
Sem saber por onde andar.

Percorri os bares
E tabernas imundas
Tive desilusões aos pares
E a moral nada profunda.
Mas que querem que fosse
Sem um cêntimo na algibeira
Sem ter onde dormir uma noite inteira

Chamam-me sem abrigo
Com toda a razão,
Mas meus amigos, graças ao meu patrão.
Trabalhei tantos anos
E pergunto hoje para quê
Estou velho, sou lixo que ninguém vê.
Pontapé para aqui, são só enganos.

Desde a minha juventude
Que o meu corpo dei ao manifesto
Mas hoje já nem sequer presto
Para as ruas varrer. Desprezo!
Os meus banhos, são quando chove
E ninguém se comove
De me ver indefeso.

Eu já nem posso votar
Se pudesse eu o faria de bom coração
Exigiria a todos os políticos
Para que eu pudesse sorrir
Economizem dinheiro
E de coração inteiro
Construam pontes para podermos dormir

A. da fonseca


SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...

 
Autor
Alberto da fonseca
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/02/2011 20:46  Atualizado: 04/02/2011 20:46
 Re: SOU LIXO QUE NINGUÉM VÊ
Se fosse so o senhor alberto que pensa assim eu sou novo e as vezes tambem penso assim gostei do poema abraços.
Merda de vida peço desculpa pela expressao.


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 04/02/2011 21:04  Atualizado: 04/02/2011 21:04
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: SOU LIXO QUE NINGUÉM VÊ
Um poema tocante, que fala de uma realidade
infelizmente mais visível e habitualmente do
que será humanamente suportável.
Beijo Alberto. Gostei muito!
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/02/2011 17:57  Atualizado: 05/02/2011 17:57
 Re: SOU LIXO QUE NINGUÉM VÊ / Alberto Fonseca
Um poema que traça a rota em desvio qual estrela cadente aos ésses , curvas e contra-curvas da presente sociedade na qual o poder do cidadão há muito se esgotou e o poder dos eleitos CRESCE PERIGOSAMENTE ...

Parabéns !

Bom fim-de-semana.

Abraço!