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O Regresso

 
No fundo da calçada sorris, com um jeito de malícia no olhar vens junto a mim como uma flor embalada pelo vento e roubas-me um beijo, foi um momento fugaz, sublime, antes que eu possa tomar uma atitude.
Foges!
Ainda sinto o peso do sabor doce de uma lágrima tua!
Fechas a porta.
Continuam a ser sonhos adormecidos numa gaveta sem fundo, perdidos num tempo já longínquo.
Volto a pisar as calçadas, ainda não consigo entender o que faço ali ao fim de tantos anos, ainda sinto a essência da sobrevivência, percorro labirintos de medo que outrora foram oásis de sonhos.
Sinto-me novamente o menino, o adolescente, finalmente o homem.
Suspiro profundamente, era esta a viagem que estava com necessidade de percorrer novamente.
No fundo da calçada, sorris com máscara que foi a tua vida, vens junto a mim como uma flor sem vida, roubas-me um beijo, foi um momento de dor, fico preso ao teu olhar de eterna tristeza.
Foges!
Sinto o peso do sabor amargo de uma lágrima tua!
Fechas a porta.




José

 
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Jose Braga
 
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