Qual o Código Postal do céu?
Na escrita, os sonhos ficam mais próximos dos olhos,
abreviando a inglória sorte de estar só …
Por isso te escrevo cartas,
onde falo dos dias corriqueiros,
dos anoiteceres aluados de prata cinza,
das manhas lotadas de sol em franja …
Escrevo te da gentileza dos afectos,
dos projectos por realizar …
Da infância,
das viagens,
dos retratos em tinta fresca,
que borram na saudade
os silêncios…
Esvevo te simplesmente palavras que não chegaram a soar …
Até gostaria de as enviar pelo correio , mas sem código postal, se perderiam pelo caminho ...
Resta me esperar pelo nascer da morte …
Até lá, vou escrevendo com o coração ao coração,
esse lugar que nunca deixaste de habitar …
Pianista de mim.
Quando a alma povoa-se na ilusão, em vão meu coração vagueia, sonho-me sereia com o dom de enfeitiçar, sonho-me gaivota com o poder de galgar o mar. Mas sou gente, perene, carente, com todos os defeitos de uma terra poluída. Sou gente, sou vida. Sou guarda em guarita de guerra, que berra, insano berra, e ninguém escuta. E morre no pavor mesmo sem luta, apenas vislumbrando moinhos de ventos, cavaleiros que povoam os pensamentos, apenas os pensamentos... E morro tísica aos "relentos" da vida, estertorando o sangue, esquecida, em hemoptóico fim, sem um músico, um pianista para tocar um requiém de mim.
E vivo assim, tal borboleta louca, com asas carmim, voando neste pasto de gente, sem início e sem fim...
Jura-te
Não sei se ache verdadeiro
O que advém de "mal amado"
Amor, pensei, que fosse inteiro
Não parte ou meio, nem bocado
Também não creio ser mentira
Achar, porém, ter encontrado
Em cacos, laços que partira
O amor, meu bem, vandalizado
Mas como, como hei-de saber
Se amor, a mim, nunca se fez
Candura em una firma e forma?
Mas como hei-de eu não crer
Se a dor, que vinda em sua vez,
A jura, afirma e me conforma?
A Dor
A DOR
Oh! Dor, tu és a tácita estradeira
Desbravando as montanhas grandiosas
Dos turbilhões de almas orgulhosas
Que se erguem ao clarão da luz primeira.
Sucumbem à tua ordem costumeira
No apogeu das honrarias ruidosas,
E gritam, e choram temerosas
Antevendo a sentença derradeira.
Apagam-se as luzes... Descem trevas
Entre as sendas íngremes e rudes...
Surgem outros Adãos, novas Evas.
E o mundo segue no mesmo estertor,
Até que essas almas sem virtudes
Compreendam a grande lição da dor.
Álvaro Silva
*Amar*
“Nestes caminhos que partilhei contigo,
Alcançando a tua mão,
Limpo agora minhas lágrimas,
Que acabei de chorar,
Por um Amor que está sempre a nascer e a acabar.”
Emoções que batem no meu coração,
Como ondas que embatem,
Quebrando mais uma vez a fortaleza,
Que se chegam à frente e partem,
Caiando de sal o escarlate das gotas que escapem.
E derrubando minh’alma,
Vêm e vão neste embalar,
Subjugando o que amo,
Nesta valsa que insistem em dançar,
Tomando o meu coração para seu par…
Ainda tenho restos da espuma branca,
Nas ruínas do meu rochedo,
Que tem sombras e flores,
Com a luz de um lado e amor em segredo,
Que brotam lindas cores e sensações de medo.
E nisto vão e vêm as ondas,
Que me tentam derrubar,
Acariciando com o mar,
Deixando em mim o sal branco,
Que me abraça e quer amar!
Marlene
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Emoções, sentimentos como o amor que entram e saem da nossa vida com a promessa de sempre voltarem.
Imagem retirada do google.
"Me calar, jamais"
"Me calar, jamais..."
Quando vi que mansidão,com fraqueza é confundida.
E o portador da virtude,tem de tolerar prostrado.
Saí do meu silêncio e vim enfatizar que não temo
Esse Sistema frio, de despotismo infestado.
Ser vítima,não quero e não sou,em nenhum momento.
Faço da dor,meu próprio remédio,esse é meu exercício.
O tempo vai mostrar,aos desprovidos de sentimento.
Quem ignora a dor do outro,não merece sacrifício.
Entretanto,não vou dar palco,nem aplaudir jamais.
Quem se acha no direito,de manter o dedo em riste.
E nem discutir a nuance,da liberdade de expressão.
Com quem nem se dá conta,que somos todos IGUAIS.
Ando sem reconhecer as sutis e velhas estratégias
Dos que em lixos verbais,desvirtuam o que é arte.
A verdade não alardeia,e sem ruído se expressará.
O "lixo” ignoro,do meu repertório, não faz parte.
Declaro,que sancionei na minha vida um decreto.
Não me intimida quem vive nos becos,a bisbilhotar.
Porque “agir na sombra”, é o ato mais covarde...
E quem sente-se SUPERIOR,talvez deva se avaliar.
E como quem sopra, para aliviar a dor das marcas.
Quero “fazer a diferença”,transmiti-la pelo olhar
Não usar a poesia, para ferir quem quer que seja
E marcada,porém inteira,fico, porque AQUI é meu lugar!
Glória Salles
Ciúme
Ciúme, gume que corta e fere
negrume e força à loucura confere
na escuridão do coração sem altivez
na certeza da traição, não há talvez
E se destrói o ser sem perceber
a maior dor que se pode conceber
Auto-flagelo com elo de crueldade
dor fundamentada em irrealidade.
Violenta força, ferida sem cura
Verte sangue do peito sem razão
hemorrágica mente em loucura
Amor transmutado em dor, dissolução
berçário carcerário, nasce agrura
petrifica a mente em dor, ódio, ebulição.
Poema concebido como comentário ao poeta mestre em sonetos Aquazulis
"Tentação do diabo" Vale a pena ler.
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=156903
*Hesitações*
Como dói Amor,
Esta carência que nos envolve,
Este demência que nos consome,
Nas palavras que engolimos,
Nas injúrias que cuspimos no meio da nossa fome…
Necessito de ti Amor,
Em cada lágrima escorrida,
Em cada alma de mim perdida,
Nas batalhas por nós debatidas,
E nos olhos que já viram a vida!
Não sei mais de ti Amor,
E anseio o nosso balanço,
Que vai e vem sem dar mais descanso,
Aos corpos que sentem o rancor,
Que sentem no coração o avanço…
Não sei como controlar este Amor,
Que insiste em te tomar,
Para lá da entrega que me quer domar,
A ferida abre e reabre,
Estancada olhando-te a ires e a voltar…
Marlene
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OH! SANTA CATARINA
“Nossos problemas se tornam pequenos diante de tantos grandes problemas que muitos passam na vida”
ÂNGELA LUGO
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Aperto de Amor
Ainda te sei aqui amor,
Por entre vales de tortura e amargura,
Que me fizeste escrava da tua loucura,
Engolindo em cada beijo de despedida a dor…
De te ver uma última vez sedutor…
Ainda te sinto o cheiro da ternura,
Com que me aliciaste em noites de calor,
Para os lençóis caiados agora de bolor,
Choram a falta da tua procura,
E dos corpos que inflamavam da jura…
Marlene
Meu grande amor, estás distante e invisível...
Balas perdidas se encontram em peitos aliados
E últimos suspiros é o que mais tenho escutado...
Mas tenho a força que me dás, sou invencível!
Os nossos papéis são o meu único elo
Nesse mundo de sangue, suor e mortalha
Partilhas a corrente, amor, em pararelo
Sofrendo minhas dores em diferente batalha.
Eu volto, te juro, tenhamos paciência,
Creia comigo que a fé remove a montanha...
Enquanto me esperas, chorando a ausência,
Te sonho ao meu lado na cama de campanha.
Caio
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Primeiro da dupla Caio e Marlene.