Castelo
Fiz uma caixinha de cartão
Para guardar meus segredos
Ela será o meu fiel bastião
Para nada chegar aos dedos
Irei construir um castelo
Para a caixinha guardar
Será de todos o mais belo
Por cima, do teu olhar
Seus perfumes inebriantes
Farão aguçar teus sentidos
Sentirás a todos os instantes
Os impulsos, não contidos
Mas a chave dessa fortaleza
Está ao alcance de gestos teus
Algures pendurada na beleza,
Que teus olhos dão aos meus!
Nesses sonhos...
Se soubesse que me querias
Como este coração te quer
Nos teus braços me terias
Nesses sonhos, de mulher!
Posso abrir mão de tudo
Mas nunca, do teu olhar
Até mesmo ficando mudo
Não deixaria, de te amar!
Se tu soubesses
Se tu soubesses
Se tu soubesses meu bem
quanto eu gosto de ti.
Guardei-te no coração
porque uma ternura assim
acho que nunca senti.
Mesmo que o teu ardor
por mim, não seja igual
dá o teu a quem quiseres,
nem por isso eu deixarei
de te querer bem, afinal.
Enraizado no meu âmago
não vale a pena lutar
seria uma luta injusta
fazer-te este pedido
se me pudesses amar!
Seres o Sol da minha vida
seres a Lua feiticeira
ficar nas nuvens pairando
sem medo dos altos voos
ó, poesia fagueira
pois tenho de confessar,
nunca estás longe de mim
dou por ti, suspiros e ais
e noitadas de prazer
só por te amar tanto, assim.
nos braços quentes da noite
Pouso o meu cansaço
na obscuridade da lua
onde o eco do silencio
desaparece
no riso comovido dos astros
sem saber ….saudade
destranco o grito laminado
do meu peito
lanço-me na brisa suave do teu rosto
e adormeço
nos braços quentes da noite
Escrito 20/05/23
A Luz Da Minha Vida
A Luz Da Minha Vida
Amor
apenas sei
escrever(te)
com dez estrelas
nas minhas mãos ...
mas há uma constelação
encravada na galáxia
destes meus dedos
sem luz ...
Luiz Sommerville Junior, 19 Outubro 2014, 22:12
"Nos teu dedos" Poema escrito e declamado por: Vóny Ferreira
A SUA CHEGADA
Eu bem quis segurar o instante
minha palma não foi o bastante
esvaiu-se de mim como sopro
seu gosto, seu cheiro, seu som
nem da sua alma a tessitura
uma réstia do seu jeito de amar
eu não pude sustentar
vai-se às pressas, a madrugada
fustiga o sol que a clareia
nosso tempo é sem rumo, e um mote
as nossas vidas colcheia
antes que o pensamento divague
por aí, a sua procura.
cerro os olhos pra guardar
dos seus, ó Deus!...O brilho do amor
que eu vi logo na sua chegada!
Maria Lucia (Centelha Luminosa)
As mãos de minha mãe
As mãos de minha Mãe
As suas mãos já estavam gastas e cansadas
mas como eram hábeis, de delicada estrutura,
tudo fazia com delicadeza, emprestava sentimento
até nos bolos, pratos deliciosos, uma gostosura.
Com um ar sempre tranquilo e sorriso maroto
desconcertava-nos com as suas frases engraçadas.
Quanto aos nossos erros gramaticais, dizia séria,
quando leio coso as palavras, não ficam alinhavadas
Nessa altura achava estranha aquela dita costura
que a linha era outra não a dos bordados ao serão
mas a da nossa conduta, privilegiando a cultura.
Modos educados, seriedade, ter classe, um sorriso
aprendendo cada dia que a sã alegria agrada a Deus.
e cosendo o amor ao coração, nada mais era preciso.
Traços do pintor
.
Sonhas-me
Em traços pincelados
No mais belo azul do grande pintor
Traços agitados
Em ventos de girassóis
Campos amarelos libertados
Das vestes dos sóis.
Vives-me
Nesses quadros, nos céus
Que de sereno, filhos não são
Mente turbulenta camuflada
De mil véus
Escondendo a paixão.
Matas-me
Em íris, afogada
Sem medos amargurados
Nem de amor saciada,
Na tua firme calma
Do anil alimentada.
Entre laços e fitas de cetim
Entre laços e fitas de cetim
A luz macia da manhã resvala entre as cortinas
leves e sedosas que caem e se arrastam no chão
brilhante, de mosaicos de fina moldura rosada
de um branco marmoreado e no meio um florão.
O mobiliário de estilo antigo é rico, de filete ourado,
sofás acolchoados e pregos capitatos por remate.
Na mesa uma linda jarra de porcelana, transparente
repleta de rosas perfumadas, sobre renda de cor mate.
Ao piano uma figura de estilo elegante e esguia, toca
uma bela sonata, composição delicada e melodiosa
com uma subtileza de fios tecidos numa velha roca!
Uma tela de esplendor e de um sentimento sem fim
que me deslumbra, vejo entrar magia no meu coração,
abro os braços vejo o amor, entre laços e fitas de cetim!