Poemas -> Droga : 

o álcool como campo de batalha ontológico

 
entrei naquela espelunca
como quem se espelha
no nunca
bebi por tanto tempo
que nem sei quantos combates travei
contra o nada, não sei...

o nada traduz
o que o ser humano sempre foi
mero errante, cigano, animal bovino, um boi

a cerveja me ficou entalada
como se na garganta eu tivesse
uma pedra em movimento, uma pedrada

eu bebia como se de dentro da boca
uma mão se pronunciasse
com um revólver a me defender



Úmero Card'Osso

 
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