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Re: A FAUSTO
Gosto de ler seus textos poéticos, este está, faustamente, tocante !
Sobre "europas" andei lendo , deixo algo aqui - visões ... ( desculpe se for abuso,rs)
(...) “Meiller e Kosztolanyi são, um e outro, profundamente europeus. Mas conferem a esta condição comum dois significados rigorosamente contraditórios. Panegirista da homogeneidade, precursor da Eurolâdia, o moderno Meiller quer tornar a Europa clara e distinta, impor-lhe regras precisas, racionalizá-la. Para Kosztolanyi, pelo contrário, a Europa é uma realidade obstinada (diversidades) que não se deixa dissolver em pura funcionalidade. Os europeus que “ se vestem quase todo da mesma maneira, utilizam as mesmas escovas de dentes, ingerem as mesmas espécies de alimentos”, devem imperativa e fatalmente, segundo Meiller, falar a mesma língua, ao passo que Kosztolanyi teima em amar o velho Continente por seu mapa linguístico que, “ com suas manchas vermelhas, verdes, amarelas e azuis”, lembra “ a indumentária de um palhaço”. Diz-me que roupas usas, o uniforme ou o traje de Arlequim, e eu te direi de que Europa és...
Meiller diz ( no seu programa) que os “ peixes grandes acabarão por devorar os pequenos, não por perversidade , mas de maneira suave e pacifica, em nome da cultura humana, para maior glória do progresso” e indaga (retruca) Kosztolanyi, admitindo-se que esse mundo novo se realize um dia, “ os povos pequenos estão dispostos a caminhar de mãos dadas, animadas por um entusiasmo comum, para um suicido redentor? Não o creio, em absoluto.” (...)
( Alain Finkielkraut )
Um abraço,
ALICE
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