A Luz Da Minha Vida
A Luz Da Minha Vida
Amor
apenas sei
escrever(te)
com dez estrelas
nas minhas mãos ...
mas há uma constelação
encravada na galáxia
destes meus dedos
sem luz ...
Luiz Sommerville Junior, 19 Outubro 2014, 22:12
SIlencio em mim... de mim... para mim... cá dentro.
Imagem: Google
https://www.flickr.com/photos/98411402@N03/favorites/page3
...
O grito do SIlêncio no silencio
É como os sons dos diamantes
Cortam no vácuo a anos luz
do tempo e espaço
assim... é a Verdade que se faz Justiça
e... Liberdade.
Paro
...
Penso
...
Na introspecção paro o meu pensamento
E ouço o grito do silêncio interior
O grito no SIlenciar da mente sã,
Entoando o som vocálico da vida
No inefável incensário
Caderno meu de fogo vivo
Que flameja no espelho
Refletindo o melhor do meu ser.
...
Num papel dourado
Da paisagem escalvada
Donde o negro dos olhos veem a cor
Da agitação das partículas de ar
Nos cumes do monte-Roraima
Monumento que em meu devaneiar
Faz movimento em meu olhar.
...
O que produz o mais puro prazer
O descanso para a minha loucura
Nas cidades perdidas no tempo
Que rasgando o SIlencio
A Verdade e a Justiça prevalecerá.
...
No que esta escrito no coração
Por não haver papel para escrever
Fica somente o que é essencial
Pois, a humildade é coisa de louco
Quando achamos que temos...
Já a perdemos...
Numa estranha vontade de tê-la.
...
Na tela d'alma pintada
Com a tinta eterna
Onde nada e nem ninguém
Pode apagar as lembranças
Do amor vivificado no espírito
Gravada na memória das vidas
Após vidas.
...
No SIlenciar em mim
...
De mim
...
Para mim
...
No voltar a reencarnar
No fogo vivo da vida
Do que eu acredito.
...
Ray Nascimento
Minha luz quebrada
MINHA LUZ QUEBRADA
Quando dei por mim o Sol se punha
Com a Saudade, fiquei desatenta.
A Vida é testemunha
Do meu calar, desta memória sonolenta.
Não sei o que é feito de mim!?
Ouvi rumor trazido pela ventania
Que na estrada, já lá bem no fim!?
Uma silhueta imprecisa se via.
Raio a raio vai-se o Sol a diluir
Cansei de remar contra maré e até de lembrar
Perdi agilidade tropeço ao seguir
Repouso agora na inquietação
Nu trago o olhar e o coração
Apenas os sonhos continuo a desabotoar.
Já se fecha o dia, minha luz quebrada
Os pássaros regressam ao ninho com saudade
Eu sinto-me nesta viragem mutilada
E aos meus dedos vai faltando vontade.
Da terra o cheiro a tojos e giestas
Em mim a estranheza de mais um dia passado
Balouçam as folhas a que o vento faz festas
E eu sou a menina sonhadora,
Num sonho encantado,
Já da Vida perdedora...
rosafogo
Se o relógio parar
SE O RELÓGIO PARAR
Enquanto na luz dançam grãos de poeira
e o relógio taquetaqueia
eu medito cansada e absorta
sentada, com o livro à minha beira
haja quem leia!
Que hoje não leio nada, estou morta.
Estou o tempo a controlar!
Ele que tanto me contraria
e se a poeira assentar
talvez escreva poesia.
Não faço ideia da hora
a vida está toda na minha mente
agora até ela me ignora
me dá sempre uma resposta diferente.
Gosta de me desencorajar
e o relógio continua a taquetaquear.
À minha frente minha chávena de chá
olho fixamente a janela
estou só, tanto se me dá!
Que ninguém se aproxime dela,
escrevo meias palavras e ao de leve
bebo meu chá, um suspiro me susteve,
de dar um grito, prefiro a serenidade
assim me deixo na sombra da tarde.
o tempo tanto me contraria
mas o relógio parou
a poeira assentou
e eu escrevi esta poesia.
Poesia de saudade!
natalia nuno
Quadras sentidas
QUADRAS SENTIDAS
Fazer poesia é minha vocação
Não tenho adornos nem oficina
- É da minha boca o pão...
- Sou assim desde menina.
Com a minha falta de jeito
- Eu até sou paciente...
Nasce-me a poesia no peito
E é assim que me sinto gente,
Exausta de corpo e mente
Às vezes me sinto fracasso
Mas surge o Sol derepente.
E de novo a Vida abraço!
Ressuscita o vigor habitual
Logo o meu ser se afadiga
A fase morre de morte natural
Logo escrevo mais uma cantiga
A semente sempre rebenta
-Com àgua e do Sol a luz,
Mas se como eu fica cinzenta
- Já pouco ou nada produz.
Sou cópia duma antiguidade
-Mas creio ser genuína!?
-Reato o sonho e a saudade!
Trago-os em mim de pequenina.
rosafogo
lembranças, madeira que não quer arder
perdemo-nos nos anos
pensar que os dias da velhice
seriam venturosos
foi o último dos enganos,
quietos, dormitam silenciosos.
mas é bom envelhecer
com alguma claridade,
a vida é densidade
e a velhice é saudade.
hoje o dia trouxe uma luz cinzenta
agora o vento grita ao portão
na lareira há teias de aranhas mortas
que ele tenta, mas em vão!
está o batente da porta quebrado
e as traves do tecto carcomidas
o fogo da cozinha pequena, apagado,
e sombras por todo o lado
de quem perdeu as vidas.
um banco ali na esquina
fixamente a olhar-me
- és tu aquela menina
de quem estou a lembrar-me?
sento-me sem vacilar
sem outra força que meu passo incerto
extrema solidão por perto
e a palavra saudade no coração a pesar
olho os muros antigos
um dia não longínquo, visito amigos
coisas da alma, já não brota
nem arde a vida
só na lembrança ainda sou criança
em pouco, chega a hora da partida.
natalia nuno
rosaofogo
Solto a voz imersa na profundidade dos sentidos,
Levanto o véu do tempo e solto a voz imersa na profundidade dos sentidos, como uma melodia em vigília a recitar-me os segredos ocultos, a rasgar o espaço e a tomar o seu lugar.
Neste espaço de amar, há um desejo contido, uma ânsia indescritível a bordar o sol na textura acetinada da pele, como se os raios refulgentes fossem como fios finos, reluzentes e condutores e adentrassem a epiderme, poro por poro e ali depositassem semente a semente, o esplendor da claridade da existência, em cada rebento e trouxessem à Luz, todos os mistérios da vida.
Neste solo sagrado, a Luz é como o respirar e a paz uma melodia que paira no ar, tão envolvente e aconchegante, que nenhum movimento ousa sequer romper a Luz do momento, ou distrair o pensamento, porque tudo é plenitude.
Sinto-me refém destes instantes, como se fosse náufraga, ou o tempo num gesto suave, desse ordem a todos os relógios e ficasse ali detido diante da magnitude do arrebatamento, como se a emoção se vestisse sem nenhum embaraço e deixasse ali fluir os veios da vida, a verterem do âmago, o toque suave da doçura e num inebriante suspiro, deixasse ali brotar todas as sensações bruchuleantes, como se a Luz fosse do mistério, a razão única da existência.
Sinto-me feliz, e saúdo a vida como se tudo fosse crescimento dentro do bem e do mal, como se tudo fosse necessário e beijo cada instante, como se unisse as asas num bater suave e pairasse ali diante do sol, como se o seu brilho me vestisse a ternura do corpo e bordasse na alma a melodia dos meus sentidos, neste eterno para sempre.
(Alice Vaz de Barros)
Deixo-vos tudo que é meu
DEIXO-VOS TUDO QUE É MEU
Já pouco ou nada tenho
Segurei apenas minha tranquilidade
Me perguntarão donde venho!?
Responderei: da Saudade!
Trago a memória perdida
Deixei-me ficar na solidão
Porque quero ficar esquecida?!
Ainda os demais perguntarão.
Deixo-vos tudo que é meu
O pouco que ainda me resta
Um pedaço de Terra e de Céu
E um pouco de luz que o Sol me empresta.
Deixo-vos também minha cruz
E meu rosário por rezar
Dos meus olhos vos deixo a luz
Que ao luar foram roubar.
E logo, bem à tardinha!?
Como tudo vai...me irei embora
Tal qual àgua que ao mar caminha
Lá chegarei na minha hora.
Só não vos deixo a poesia
A levarei, arrecadada no peito
Não quero sabê-la algum dia
Desprezada d' algum jeito.
rosafogo
Noite de tempestade
Noite de tempestade
Em uma noite eu ia voltando à casa
E notei que o temporal ia chegando
Mas vinha tão rápido que vi quando
Caiam raios fortes em cor de brasa
Cheguei, e a tempestade começou
A luz no momento foi se apagando
E Acendi uma vela que fui achando
Mas que pouco claro proporcionou
O vento era forte e a casa tremeu
A cidade ficou escura igual a breu
E a tempestade varreu essa cidade
No dia seginte se viu o acontecido
A torre da minha antena tinha caído
E casas destelhadas na localidade.
jmd/Maringá, 09.05.23
MINHA BORBOLETA
Tu és a minha borboleta luminosa
Que iluminou o caminho do amor
E em te poisando numa linda rosa
Tuas asas se fundiram nas flores.
Tu voas em liberdade no meu jardim
E como tem tanta graça o teu voar.
Voando muito airosa vieste até mim
E nos meus lábios te vieste poisar.
Soboreei o mel que neles tu deixaste
Trazido pelas tuas asas tão formosas
E no meu coração tu te instalaste
Nele tu deixaste as belas rosas
Perfumadas de amor entre nós dois
Com a tua luz, borboleta luminosa.
A. da fonseca