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XAXADO - CULTURA DO BRASIL

 
O XAXADO é uma dança popular brasileira. Foi concebida no sertão pernambucano por volta do primeiro qualtel do sec. XIX, é o que se calcula. A dança que nasceu nas brenhas da caatinga nordestina surgiu como uma alternativa para aliviar o tédio e as agruras dos cangaceiros que fervilhavam pelas matas secas, espinhosas e poerentas da região mais árida do país.
As turbas que vestiam roupas de mescla e couro e fugiam continuamente das perseguições policiais, não podiam gozar de plena liberdade e se divertirem à vontade nas cidades e vilarejos.
O ritmo, no entanto, é uma variante do baião que os bandos de facínoras dançavam no cerne da floresta, festejando alguma vitória ou por alguns outros motivos.
O nome XAXADO é relativo à onomatopéia devido ao chiado que as alpercatas dos cangaceiros emitiam em contato com o chão de terra solta. A dança era executada com batidas ritmadas com a coronha do rifle sobre o chão. O mesmo rifle servia de figura (parceira feminina), tendo em vista que a dança era executada, inicialmente, somente pelos homens.
A coreografia era executada com os pés rente ao chão, ou seja, com passos arrastados, evitando-se fazer muito barulho, tendo em vista que seus executores viviam acoitados em locais ignorados pela polícia, mas perseguidos por ela.
A execução era feita em fila indiana, enquanto os dançantes carregavam todos os seus apetrechos: armas e embornais cheios de provisões. Alguns capangas ficavam postos em sentinelas para evitar surpresas de ataques policiais.
O XAXADO nunca se tornou uma legítima dança de salão. Foi Luis Gonzaga o responsável por sua introdução no rádio, na tevê o no teatro.
Por ocasiões de festas populares, sobretudo no Nordeste, grupos apresentam espetáculos de XAXADO, nos dias atuais.
Entretanto, o Xaxado é mais um objeto da cultura do que propriamente um ritmo, no sentido restrito.


JOEL DE SÁ
10/07/2009.


A cultura é uma das características mais marcantes no modo de viver da criatura humana.
É a cultura que coordena e orienta indivíduos e sociedades. Ela é tão sutil que muitos antropólogos afirmam que ela possui um DNA, o qual necessita ser mapeado.
 
Autor
Joel Pereira de Sá
 
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