Fogem-me os olhos pelo dia e perco-os uma e outra vez na demanda p'lo teu sorriso ou da marca que ele me fez e de que tanto preciso...
Deito os olhos sobre a almofada numa tentativa de tranquilidade como se a noite traiçoeira me trouxesse a felicidade há muito por ti roubada...
Por fim, cansada escuto a água corrente do rio da vida mas o meu corpo é da tristeza frágua mordendo a pele da despedida...
Um dia sonharei o teu rosto nas minhas mãos ternurentas e na boca sentirás o gosto da vontade que sustentas
E sonolenta acordarei a noite temperada de lua tão cheia e, no entanto, baça e nos teus braços, minha madrugada, sentirei a minha pele abraçada como a minha vontade...anseia
Quando a vela mortiça da chama do amor extinguiu-se dos teus olhos, um pouco da minha luz interior foi apagada a cada dia.
Viúva de amor vivo, eu lancei ao túmulo do teu afeto as pétalas do meu. Esperava que se enterrado vivo junto ao teu, o meu bem querer também morreria! Secariam as lágrimas e passaria essa dor que ainda carrego n’alma. Mas, meu amor sobreviveu ao sepultamento...
Partiste. Apesar das distâncias que separam nossos passos, dos afagos que se tornaram acenos, dos beijos que são lembranças e das palavras transformadas em silêncios, é como se ainda não tivesses ido de vez.
As melodias perdidas pelos cantos da casa, onde tantos cantos felizes foram entoados, juntos a risos e segredos; hoje são amontoados de passados infiltrados nas paredes descascadas do meu coração.
Tudo é triste e sem sentido. É como o negro vestido que eu usava e lembrar-me-á para sempre a cor do céu no dia em que a chama do amor se apagou dos teus olhos...
é difícil este controle sobre os pássaros inquietos fogem das mãos aos bandos a tua tristeza submissa desfaz a chuva nas ruas abandonadas pelos miúdos descalços um sangue coalhado na árvore que se dissolve nas palavras que partiram num dado momento
voltas de novo para a despedida tantas vezes por ti já sofrida num adeus de partida um momento findo tantas vezes começado num tempo que ainda faz sofrer este tempo
um olhar de renuncia entregue à fantasia de um sonho de procura do ser desaparecido avança a duvida desta incoerência da vida as folhagens abanam sem que se faça sentir vento e a paisagem que deveria lá estar desaparece
este lugar inóspito de imagens inúteis torna-se mais irreal quanto mais real é
Só agora percebo O que acontece a minha volta Mas não sei se realmente O que acontece é o que vejo. Difícil entender as coisas do amor A ausência de seu olhar A dar-me o alento necessário para caminhar. Meus sentimentos são confusos E não quero parar de sonhar Com a vontade em estar com você Na noite fria do tempo sem seu calor. Só agora percebo a sua falta E o quanto ela é real junto a mim. Busco seu corpo junto ao meu E não o encontro mais E a solidão toma conta de mim. Quero voar a imensidão e te encontrar Mas sei que isso é impossível E contento-me com as lembranças de seu amor. A vida nos faz perceber tarde demais O quanto é bom o amor.
Escrevo estas linhas já saudosa Com a alma toldada de nostalgia Pelo caminho, vou, mas ansiosa Que a vida me leve e me traga um dia Solto minha vontade de alegria respirar Entrego-me à noite que aí vem Faço das estrelas bolas de brincar E reparto-as com as crianças de ninguém.
E neste infinito sonho me deixo à solta Meu coração procura uma ponta de doçura Que parte e reparte sempre que volta Numa dávida toda ela ternura.
Digo adeus, a ti te digo adeus! Voarei por terra e mar em liberdade Brincarei com o sol pôr pertinho dos céus Levo comigo saudade Por entre brancos telhados de nuvens te verei Deixo minha amizade Para que me oiças, um canto te farei.
rosafogo
Porque a amizade é indispensável à vida.
Voltarei dentro de alguns dias. Esta poesia nada tinha de despedida, mas hoje modifiquei-a um pouco e deixo-a para o efeito. Saúde para todos.
Cansada das polemicas inúteis que só desgastam a mente, destroem a imagem, criam desafetos e embotam a imaginação, eu as deixo na beira do cais de uma ilha distante sem olhar para trás.
Adeus ao bate-boca que não leva a nada com pessoas que não mudarão de opinião, e, que também não me farão (quanto me julgo certa) depositar as minhas idéias numa lata de lixo qualquer.
Deixo a quem queira as discussões em tons que variam do cinza-razão ao negro-desvario, a acidez das palavras que fazem mal a beleza da tez e causam de gastrites a úlceras perfuradas de tanto fel e amargura que elas contêm.
Despeço-me do desassossego que as rixas, picuinhas e de todas essas coisas miudinhas que fazem a pessoa nadar contra quimeras até se afogar no mar de desafeição.
Tudo isso encolhe o ser humano diante da transparência dos olhares mais lúcidos e o leva a desaparecer no meio de seus aborrecimentos e certezas duvidosas.
Agora, despida da negatividade, quero ser zen e pacífica como uma fada de aura bem colorida, mas temo que com a chegada do mês de outubro a bruxa que fui (ou sou) renasça em mim.
Quando tu acenas-me um adeus, E o vento a tua amada mão balança, Vais para tão longe dos olhos meus, E nem mais o meu coração te alcança…
Causas-me terríveis mudanças, Sensações gigantes viram pigmeus, Quando tu acenas-me um adeus, E o vento a tua amada mão balança.
Ah, lágrimas em meus olhos ateus! Em longa, fria e melancólica dança, Morre como indigente o velho Deus, O nosso amor fogo e festança, Quando tu acenas-me um adeus.
...deixarei como recados , desejando que o mar os guarde …
Chegou a hora de despedir o rosto Depois das lágrimas secadas Depois dos vestígio de dor Semeados na praia…
Quis dar voz á dor deste olhar Mais alcance ao seu grito Uma tentativa desajeitada De doar espaço a sua alma Dilacerada
Misturei o egoísmo e a solidariedade A ilusão e o anonimato … A mágoa emprestada de ser fado Acabei por assustar o azul da praia negra Através de um ego ácido
Me desculpem Um abraço a todos
Voltarei, mas agora sem os sapatos altos Só com os pés de areia, para não deixar rasto …
Sonho e no entanto vivo encharcado que de tant'água espraiada in mote adverso deste meu desperto, deserto! de tantos ditos,ditados! que são chuva secando na nascente tempestade por dentro dos vermelhos,fios! que são rios onde cada gotícula,preciosa! clama pela análise desta sedimentação, tensão - alta! baixa - tensão! extremos duma só ponta coração! e custa-me tanto aceitar... que... um... dia... este sangue que se me vai... sofrerá a última observação... ou uma lágrima , perdida... rolando à despedida ...
Jamais ₩₩₩ Choro pelo leite derramado. Pela ausência do bem amado. Choro pela minha juventude perdida. Choro por uma despedida. Choro pelo que fui, e não sou mais. Sei que não voltará jamais!
hoje despedi-me de ti ainda que o não saibas quis olhar-te nos olhos uma última vez aconteceste-me um dia e milhares deles contigo dividi quis olhar-te nos olhos uma vez mais - a derradeira
e vi o baço fulgor nos teus olhos inexoravelmente rutilantes a culpa pérfida e muda volitando em teu redor
no teu rosto vislumbrei esboços imprecisos das criminações com que me mimoseaste certezas convictas bebidas em cálices envenenados taças negras erigidas no fundo do mar da vida
todo o teu corpo inquieto denunciava a renúncia exalava horrores quiméricos gritava conluio cônscio
que letal veneno voluntariamente ingeriste!
milhares de instantes partilhados bordados de sorrisos uns outros de lágrimas deslustrados roseirais de ilimitadas cores e de espinhos mil aguçados
falhámos no caminho outros - brilhantes - nos aguardam assim saibamos merecê-los sem mágoas nem melindres
hoje despedi-me de ti e há um templo de memórias que comigo habita hoje amanhã sempre
Pensei em você Lembrei nossos momentos Amor de almas Foi assim nosso casamento Sinto um vazio Um aperto no coração Que hoje descobri que é saudade Não vamos nos dar as mãos Nunca mais… Ler num olhar cúmplice Um amor sem metades Choro simplesmente Lágrimas contidas Quando você vem a minha mente Sempre sorridente Não houve despedida Esse aperto é saudade Muita vontade De ver você De amar você De ser feliz Do nosso jeito Lado a lado No nosso compasso Desejo seu abraço Amor para sempre Pra toda eternidade Esse aperto é saudade
É amargo o sabor desse gesto Desprendido, com que me tomas E me largas, Como se eu não passasse de bonequinha de pano, Com olhos apenas pincelados Que nunca choram, Sem alma e sem coração, Sem sentimentos, Sem desejos…
Amei-te mais, demais… E muito mais Do que aquilo que sabia do amor.
Deixei-te livre, Não te atei o dedo Nem te abracei o corpo.
Tive orgulho de um coração Estupidamente imperfeito, Inquieto… E gritei alto ao vento E ao mar…
Despeço-me agora da mágoa que destrói os relacionamentos interpessoais, e, do desejo de retrucar com ardido bofete na cara cada desgosto que a vida e/ou as pessoas me dão.
Adeus a mesquinhez do ódio que tinge de vermelho os olhos e cega o ser humano ao que realmente importa na existência tão pequena dessa esfera espiritual! Que aqueles que me ofendem se apaguem na minha memória como velas que derretem sobre as lápides frias de tudo o que é sem valor!
Aceno com branco-paz aos que dizem de mim e contra mim todo tipo de coisa negativa, para que eu não lhes absorva os maus sentimentos e me torne tão cruel quanto eles.
Adeus a raiva daqueles que pisaram com força e esmagaram sob seus pés um a um dos meus mais lindos sonhos e nobres sentimentos. Sejam eles apenas poeiras que o vento do tempo levou para tão longe de mim que nem lhes recorde os semblantes.
Chega de remoer acontecimentos, atitudes e palavras! Essas coisas que ferem por dentro o peito tais flechadas que fogos e torturam a mente da gente pela ansiedade de ter permitido que assim acontecesse...
Apartem-se os desgostos aos quais fui submetida por mim mesma ou por outrem! Que eu seja como sol que - mesmo encoberto pelas nuvens coloridas no firmamento - passa altivo sobre mares de calmarias e tempestades, e, festivo volta a brilhar e esquentar a Terra a cada novo dia até que finde seu tempo...