Carta de Despedida Número 07
        
        
         
        
        
        
        
        
            Carta de Despedida Número 07
by Betha M. Costa
Belém, 07 de agosto de 2009.
Cansada das polemicas inúteis que só desgastam a mente, destroem a imagem, criam desafetos e embotam a imaginação, eu as deixo na beira do cais de uma ilha distante sem olhar para trás.
Adeus ao bate-boca que não leva a nada com pessoas que não mudarão de opinião, e, que também não me farão (quanto me julgo certa) depositar as minhas idéias numa lata de lixo qualquer.
Deixo a quem queira as discussões em tons que variam do cinza-razão ao negro-desvario, a acidez das palavras que fazem mal a beleza da tez e causam de gastrites a úlceras perfuradas de tanto fel e amargura que elas contêm.
Despeço-me do desassossego que as rixas, picuinhas e de todas essas coisas miudinhas que fazem a pessoa nadar contra quimeras até se afogar no mar de desafeição.
Tudo isso encolhe o ser humano diante da transparência dos olhares mais lúcidos e o leva a desaparecer no meio de seus aborrecimentos e certezas duvidosas.
Agora, despida da negatividade, quero ser zen e pacífica como uma fada de aura bem colorida, mas temo que com a chegada do mês de outubro a bruxa que fui (ou sou) renasça em mim. 
Adeus... Ou até a volta!
        
         
        
            
                     
                
     
                                                 
    
        
            
Poema do Adeus
        
        
         
        
        
        
        
        
            Poema do Adeus
by Betha M. Costa
Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança,
Vais para tão longe dos olhos meus,
E nem mais o meu coração te alcança…
Causas-me terríveis mudanças,
Sensações gigantes viram pigmeus,
Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança.
Ah, lágrimas em meus olhos ateus!
Em longa, fria e melancólica dança,
Morre como indigente o velho Deus,
O nosso amor fogo e festança,
Quando tu acenas-me um adeus.
(republicação)
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Não apagarei o rasto do meus passos ... 
        
        
         
                
         
        
        
        
        
        
            ...deixarei   como recados , desejando  que o mar os guarde  …
Chegou a hora de  despedir  o rosto
Depois das lágrimas secadas 
Depois dos vestígio de dor 
Semeados na praia…
Quis dar voz   á dor deste olhar
Mais alcance ao seu grito 
Uma tentativa desajeitada 
De   doar espaço a  sua alma
Dilacerada 
Misturei o egoísmo e a solidariedade 
A ilusão e o anonimato …
A mágoa emprestada de ser fado
Acabei por assustar o azul da praia negra
Através de um ego ácido 
Me desculpem 
Um abraço a todos 
Voltarei,  mas agora sem  os sapatos altos 
Só com os pés de areia,  para não deixar rasto …
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Game Over - Final Countdown
        
        
         
        
                
         
        
        
        
        
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Game Over - Final Countdown
Sonho
e no entanto vivo encharcado
que de tant'água espraiada in mote adverso
deste meu desperto, deserto!
de tantos ditos,ditados!
que são chuva secando na nascente
tempestade por dentro dos vermelhos,fios!
que são rios onde cada gotícula,preciosa!
clama pela análise desta sedimentação,
tensão - alta!
baixa - tensão!
extremos duma só ponta
coração!
e custa-me tanto aceitar...
que...
um...
dia...
este sangue que se me vai...
sofrerá a última observação...
ou uma lágrima , perdida...
rolando à despedida ...
Apagar...
(S)im ou (N)ão ?
LSJ , 281220101631 - (c) Távola De Estrelas
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
como podes tu compreender o sucedido?
        
        
         
        
        
        
        
        
            é difícil este controle sobre os pássaros
inquietos fogem das mãos aos bandos
a tua tristeza submissa desfaz a chuva
nas ruas abandonadas pelos miúdos descalços
um sangue coalhado na árvore que se dissolve
nas palavras que partiram num dado momento
voltas de novo para a despedida
tantas vezes por ti já sofrida num adeus de partida
um momento findo tantas vezes começado
num tempo que ainda faz sofrer este tempo
um olhar de renuncia entregue à fantasia
de um sonho de procura do ser desaparecido
avança a duvida desta incoerência da vida
as folhagens abanam sem que se faça sentir vento
e a paisagem que deveria lá estar desaparece
este lugar inóspito de imagens inúteis
torna-se mais irreal quanto mais real é
como podes tu compreender o sucedido?
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Carta de Amor Número 12
        
        
         
        
        
        
        
        
            Belém, 28 de janeiro de 2024.
 Amado meu,
Passados e pesados anos de um amor morto, que ressuscita a cada cisão do meu ser, eu venho dar-te mais uma vez adeus. 
Vês essas mãos já sulcadas? Cansaram de adular-te em preces e afagos. O olhar cego, a girar na orbita da tua aura, sol sem luz nem calor, já há muito perdido da minha direção.
Despeço-me da loucura dessa vida de esperanças e perdas diárias. Do dia após outro... Longas voltas por dentro das saudades. Do que eu fui e me tornei nesse seguir-te ao vento das vontades. 
Quero-me longe. Lugar protegido de qualquer ponto onde possas me achar; dentro ou fora da tua mente, esse totem de inconstâncias, a honrar um tempo ido, na entrada da oca vazia que me tornei.
Não sei o que se faz dentro de mim. Esse desejo de estar sempre a despedir-me. Como se não fosse cada instante dessa vida uma despedida. Talvez meu desejo de ir encontro ao desconhecido, seja menor que a coragem do conforto desse cais.
Assim, eu passo várias vezes do meu dia, a olhar do alto do meu aquário particular, o rio Guamá, as ilhas...o movimento das águas, chuvas e embarcações. E a cada pôr do sol pintado sobre toda essa paisagem sempre tão diferente, eu acabo deixando para além da vontade o derradeiro adeus...
Beijos,
Betha  Mendonça
        
         
        
            
                     
                
     
                                                 
    
        
            
despedida  (opportune tempore... in fine)
        
        
         
        
        
        
        
        
            hoje despedi-me de ti
ainda que o não saibas
quis olhar-te nos olhos
uma última vez
aconteceste-me um dia
e milhares deles contigo dividi
quis olhar-te nos olhos uma vez mais
- a derradeira
 
e vi o baço fulgor nos teus olhos
inexoravelmente rutilantes
a culpa pérfida e muda
volitando em teu redor
 
no teu rosto vislumbrei
esboços imprecisos das criminações
com que me mimoseaste
certezas convictas 
bebidas em cálices envenenados
taças negras 
erigidas no fundo do mar da vida
 
todo o teu corpo inquieto
denunciava a renúncia
exalava horrores quiméricos
gritava conluio cônscio
 
que letal veneno voluntariamente ingeriste!
 
milhares de instantes partilhados 
bordados de sorrisos uns
outros de lágrimas deslustrados
roseirais de ilimitadas cores
e de espinhos mil aguçados
 
falhámos no caminho
outros - brilhantes - nos aguardam
assim saibamos merecê-los
sem mágoas nem melindres
 
hoje despedi-me de ti
e há um templo de memórias
que comigo habita
hoje
amanhã
sempre
S.
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Esse aperto é saudade 
        
        
         
        
        
        
        
        
            Este aperto no coração é saudade 
Pensei em você 
Lembrei nossos momentos 
Amor de almas
Foi assim nosso casamento 
Sinto um vazio
Um aperto no coração 
Que hoje descobri que é saudade
Não vamos nos dar as mãos 
Nunca mais…
Ler num olhar cúmplice 
Um amor sem metades
Choro simplesmente 
Lágrimas contidas
Quando você vem a minha mente
Sempre sorridente 
Não houve despedida 
Esse aperto é saudade 
Muita vontade 
De ver você 
De amar você 
De ser feliz 
Do nosso jeito 
Lado a lado 
No nosso compasso 
Desejo seu abraço 
Amor para sempre 
Pra toda eternidade 
Esse aperto é saudade 
Mariaw 
19/01/22
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Espera, Chegada e Partida
        
        
         
        
        
        
        
        
            Espera, Chegada e Partida
by Betha Mendonça
Era pura emoção a tua chegada,
E cada instante da espera por ela,
Como uma chuva de flores a janela,
Despertava-me ansiedade inusitada.
Delicada música me enlevava,
Quando mais próximo o momento,
Do desejado encontro chegava,
Menor o vazio e maior encantamento...
Aos sorrisos adentravas a sala,
O sol do verão apossava-se da casa,
A iluminar e aquecê-la ala por ala.
Até que a felicidade bateu asas,
Vozes perderem da garganta a fala,
E dos corações apagaram-se as brasas...
        
         
        
                
     
                                                 
    
        
            
Sal das minhas lagrimas-Neila Costa
        
        
         
                
         
        
                
         
        
        
        
        
            Soneto,formatação de video,narração:Neila Costa