Poemas : 

Dos Aderidos

 
Quando cheguei tudo estava virado
Excluíam a inclusão
Dentes rangiam.

Disseram-me tenho sedes
Disseram-me dê-nos voz e vez
Até que chegou minha hora
Aprendi a ensinar.

Na cidade das flores o assombro
Fábricas de nuggets fétidas
Retornavam sobremesas em refluxos
Adaptavam o sentido olfativo
Acostumando ao fel de podridão.

Íamos rumo ao sucesso
Não havia poréns
E os ziguezagues das estradas
Eram as veias a latejar.

Lutava-se com modos
Pela educação
A antipatia o grande dragão
Éramos seiva bruta de fé.

Os céus espancavam frescor
Em chuvas de verão caipira
Havia a certeza do torpor
De calos de enxadas aposentadas
E o sol girava ao girassol.

Tudo era esperança tímida
De lucros e amizades doutoras
Os ministérios comiam poeira
O progresso vinha do avesso
Processo lento e fleumático
Nossas charretes de fogo.





22 de Outubro de 2009; Serra Negra, São Paulo.
ORGASMAGIA
http://orgasmagia.blogspot.com/
 
Autor
alikafinotti
 
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 24/10/2009 13:49  Atualizado: 24/10/2009 13:49
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Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: Dos Aderidos
Nossa! que maravilha de poema!
destaco estes versos que achei genial!
"Os céus espancavam frescor
Em chuvas de verão caipira"

Maria verde