Poemas : 

DOIS NOTURNOS

 
I

O bêbado
vomita uma rosa
na esquina.
Põe-se de joelhos
e agradece ao Céu
pelo milagre.
Depois sai dançando
sob um guarda-chuva
de infinitos.
________________



II

O que existe é o silêncio
Pesado
Inchado como nuvem grávida
De temporal.
Por mim saía pela noite
Assobiando, assobiando,
Até me perder
Nos cus de Judas.

__________________

júlio


Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
Texto
Data
Leituras
763
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 16/11/2009 17:34  Atualizado: 16/11/2009 17:34
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: DOIS NOTURNOS
Gostei dos 2 poemas. O primeiro achei mesmo um encanto. Um abraço

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 16/11/2009 20:33  Atualizado: 16/11/2009 20:33
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: DOIS NOTURNOS para julio
obrigada,poeta,por mais estes.mágicos como só tu os sabes fazer.

abraço cheio de carinho,
alex

Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 17/11/2009 14:15  Atualizado: 17/11/2009 14:15
Administrador
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3597
 Re: DOIS NOTURNOS
entre dois nocturnos perco-me nas suas veredas...será que vou dar ao cus de judas ou aos confins do inferno?...até lá fico a assobiar, pois ninguém vive sem assobiar.

beijo