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[dentro do coração um bando de ramos verdes,
fora os pássaros em círculos de céu cinzento]

não sei para que lado do céu voam os pássaros hoje. nas migrações não se fazem destas tardes, nem há estações, dentro do tempo que conheço, capazes de as amamentar. não quero falar dos pássaros nem dos seus trajectos, não quero falar de viagens que podem crescer cá dentro mais distâncias, mais faltas sucessivas como estas. quero então gritar por socorro e ver crescer-me vermes dentro da pele, talvez depois venha a entender com quantas expressões se faz a palavra amor. por ser inverno, se é que é inverno, quero aprender a hibernar, talvez depois acorde tranquila quando os pássaros já tiverem trocado o céu por verdes ramos.