Trago ao mundo, ó vermelho sangue meu!
Mesclando as minhas saias rubras,
Destemidas vozes, do planeta teu,
Que sangue jorram, no teu temor... encubras!
E que em peito queima teimoso,
Socando as veias, pela estrada infinda,
Mordendo as bocas das sacadas musas,
Gozando os doces das remotas uvas!
Meu soneto vermelho é um brinde à cor,
Que minhas entranhas deram um dia vida,
A estes filhos, que plantei com'mor...
São frutas doces, nesta minha sina,
E que por dom em tuas nuances,
Faz-me escrava de teu próprio transe!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)