Poemas : 

Botão a Botão

 
Botão a botão, o tempo é desabotoado
Nesse teu corpo de flanela
Onde embrulhado e quieto,
Muito quieto, te vejo dançar à volta do espelho
Iluminado pelo ecrã de cinema.
Os teus gestos são ora lentos ora rápidos
Mas sempre silenciosos como se o vento parasse
De soprar no exacto momento em que as folhas
Avermelhadas pelo bafejo do Outono e caídas no chão,
Junto aos teus pés, se levantassem,
Como que renunciando à escuridão do Inverno por vir
E almejando voltar aos galhos da árvore
De onde caíram. De volta à Primavera, longe
Do tempo linear.
O meu coração é um relógio avariado
Avançando para trás no tempo, em busca da hora certa em que te conheci
E em que te amei.
E quando os primeiros raios de luz pintarem o horizonte do solstício de Verão
Vou simplesmente dizer-te
Boa noite...


Uma mão angelical afaga-nos o cabelo e toca-nos o sexo em cada momento de desespero…

Inspirado pelo filme "The Curious Case of Benjamin Button"
 
Autor
AlexandreHomemDual
 
Texto
Data
Leituras
2703
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
varenka
Publicado: 10/07/2010 16:33  Atualizado: 10/07/2010 16:33
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2009
Localidade:
Mensagens: 4210
 Re: Botão a Botão
Gostei do poema. Pena não ter assistido o filme.

Saudações póeticas!

Varenka