Sonetos : 

DESPI A FOME DAS CRIANÇAS

 
 
Despi a fome deste mundo vasto,
Entreguei-a ao inferno com terror!
E vesti as crianças sem ter gasto
Falsa vontade, pois senti essa dor!

Espantei essas moscas que defecam
E que deixam doenças em seus corpos!
Sem comida onde os poços sempre secam,
Estas crianças têm andares tortos

Pelo vácuo que abunda na barriga
Inchada de uma fome que os obriga
A servir de alimento à morte lenta!

Só a podridão abunda neste meio
Provido de riqueza sem medeio!
Essa fome que não basta e rebenta!

In Sonetos
António Botelho


Há muito que meus tons melódicos poéticos não se gesticulam em escrita ou sapiência mental, pois eis que o amor chegou e a poesia abafou...

 
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antóniobotelho
 
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