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A COR DOS OLHOS

 
Tags:  SONETOS 2024  
 
A COR DOS OLHOS

Meus olhos, tão comuns que não costumo
Vê-los senão nos teus, verdes espelhos.
Se eu os tenho co’os meus quase parelhos,
Veem, sem quê para quê, fora de prumo.

Mas, ao vê-los em ti, vejo quão velhos,
Pois dois astros no ocaso de seu rumo…
Deveras, logo a vista eu desarrumo,
Como se olhasse um sol sem aparelhos.

Castanhas bem escuras, as pupilas
Parecem rebrilhar por sobre as tuas,
Até reverdecerem bem, as duas.

Lúcida e claramente, tu cintilas!
Tão bela a cor dos olhos que me querem,
Que mais belos meus olhos por te verem.

Betim - 18 12 2024

Ubi caritas est vera
Deus ibi est.

 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
antóniobotelho
Publicado: 22/12/2024 10:27  Atualizado: 22/12/2024 10:27
Da casa!
Usuário desde: 13/04/2010
Localidade: Viseu
Mensagens: 492
 Re: A COR DOS OLHOS
Caro RicardoC,

Não só foi este soneto escrito com uma arte e mestria semblantes, como com uma métrica deveras perfeita. Com esta capacidade, poucos por aqui se encontram.
Vai direto para a minha lista de favoritos, o escritor e o soneto!
Gostei bastante de ler, parabéns!

Continuação de boas escritas,

António Botelho

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