Poemas : 

MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ

 
Tags:  morte  
 
Open in new window


MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ

Morte, mestra do não-sei-quê
Senhora do momento sem momento
Nasceste e cresceste comigo,
Comeste de minha papinha no berço
Dividimos amor, sexo, dinheiro, bebida
Casamos, separamos, rezamos o terço

Pagas-me assim à camaradagem
Ao romper nossa amizade
Impingindo-me tua cara negra e fria...
Morte covarde, cúmplice sonsa
Regrei a existência por esta parceria
E na hora mais difícil, segregas-me à solidão
De seguir adiante sem minha vida,
Que te aproprias dentre tuas gélidas mãos...


Gê Muniz

 
Autor
GeMuniz
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1152
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
13
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2010 14:20  Atualizado: 30/08/2010 14:20
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
Ai, amigo poeta, que poema belo, falaste dum sentimento que meu eu-lírico tá farto de sentir por hora, esta solidão, amiga tão ingrata dos corações abandonados. Ao menos te sobrou esta ingrata, pois que nem minha companhia ela quis...Como dizia Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem verdadeiramente me oferecer companhia". Parabéns, adorei!

beijos


Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 30/08/2010 14:20  Atualizado: 30/08/2010 14:20
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
Poeta Gê!

É impossível fugir dela, mas que não chegue agora!
Ela que espere poeta, ainda tens muito para escrever
por enquanto vai enrolando ela.
Também não sei no que ela é mestra.
É bom ler seus poemas, tem sempre surpresas rsrsrs.

Bjo
♫Carol


Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 30/08/2010 15:23  Atualizado: 30/08/2010 15:23
Colaborador
Usuário desde: 12/04/2010
Localidade: Torres
Mensagens: 1739
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
Gostei do poema, está, como todos, muito bem feito, mas o título neste para mim sobressaísse. Realmente é uma mestra, mas afinal ensina o que?
Viver melhor, morrer melhor, sentir melhor, existir melhor? (Ou mandar tudo ao caralho! Melhor!!!)

beijo, adorei ler!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2010 16:26  Atualizado: 30/08/2010 16:26
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
Sem a morte não existiamos, nem vida celular seríamos. Ela própria é vida que nos acompanha, como dizes na primeira parte. Problemático por emblemático é a segunda parte.
Gostei bastante, se assim não fosse não comentava!
Abração Gê.
P.S. Gosto sinceramente de te ler pelos contéudos que trazes e como trazes.


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 30/08/2010 22:55  Atualizado: 30/08/2010 22:55
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6699
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
A presença da morte próxima de gente é forte como os teus versos.Porém, sua presença dentro da gente é assustadora, Gê.
Bjins, Betha.



Enviado por Tópico
KitiMotta
Publicado: 07/09/2010 04:29  Atualizado: 07/09/2010 04:29
Super Participativo
Usuário desde: 06/09/2010
Localidade: Sao Paulo
Mensagens: 104
 Re: MORTE, MESTRA DO NÃO-SEI-QUÊ
A morte é mestra da renovação. O problema é a fase do vazio... aquele hiato, vácuo, no qual o espaço ocupado pelo morto ficou vazio e o novo inda não rebentou para ocupá-lo... a morte ensina que esse vazio está cheio de dor.
Divaguei total!!!..rsrs
Beijos