Poemas : 

Sem título(6)

 
Que me ocorrerá dizer acerca do mundo?

Dissertar sobre seus maniqueísmos?

Esmiuçar os negativos ou positivos rostos seus?

Ou singelamente enaltecer o seu lado positivo,

-o do mundo – e o de cada um de nós?

Do mundo como na vida,

opostas forças se conjugam, tal qual

sínteses e antíteses irmanadas,

matéria versus antimatéria,

o sim e o não sem talvez,

e tudo serena ou convulsivamente

se completa dessa forma!

Se d`outro jeito acaso quisesse,

achá-lo bem ou mal,

negativo ou positivo, maior não seria a estultícia,

seria até sobrepor-me ao seu poder, á sua imensidão.,

insensatamente julgar deter

o seu inexorável movimento.

Nem sei tampouco se aquando ele é bom

se isso é coisa de ser positivo,

e na ignorância me quedo,

quando ao julgá-lo mal em algum dia

isso queira dizer ser negativo.










Pensar nisto,

é permanecer sem saber o essencial,

e o essencial é sentir,

e ver com os olhos de ver,

sentir a plenos seis sentidos e ver até, com os olhos da alma,

o improvável mundo feito criança a brincar,

e a criança alegria no mundo a rir.

E tudo o resto

pode ser que seja escrito a negro e sangue,

ou d`outra maneira mais incisiva – seja como for que possa ser

seja assim ou nem tanto assim –

Porque eu não saberei jamais, se este resto

é bom ou mau

se por ser resto ou por ser escrito !

E também que importa o Tudo que eu possa saber

a ser esse o meu fado, a minha grã fatalidade

do ser racional e cerebralmente actuante?

Ainda assim, não encontraria nessa estrada

maior verdade que aquela que me inunda os olhos simplesmente.

E nos olhos transporto o essencial,

nos olhos detenho a luz de mistérios e revelações premonitórias,

sem bordões do intelecto,

sem algemas do pensamento.
Positivo, negativo…

quanta coisa se transmuta,

oh céus quanta coisa...

E se hoje , como um dilúvio,

pernicioso e mau o mundo nos possa parecer,

talvez seja, ou será mesmo apenas um singelo caminho,

rumando ás claridades!

Positivo…

Eu?

Negativo o mundo?

Apenas dois rostos num só rosto!


Dionísio Dinis

 
Autor
Dionísio Dinis
 
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