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Rogério Beça | Publicado: 30/07/2018 07:29 Atualizado: 13/08/2018 01:07 |
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Re: Montes Cerrados
"Este sentir agora" marca o poema feito de emoções violentas que se refletem em vários versos de muitas das suas estrofes.
Há inclusivé uma maldição, lançada pelo sujeito poético enquanto se amaldiçoa. "...Ser-te-ei raízes, folhas secas Outono verde à abertura da janela..." Outono verde soa-me a antítese, pois misturam-se símbolos de amadurecimento com juventude, como se a natureza se tornará algo de irreconhecível para quem abrir a "janela". Ou de ser só uma troca de hemisférios do globo terrestre, onde no mesmo dia do ano pode ser primavera ("verde") e "outono". Ser raízes e folhas secas, sustentação e sustento que termina. A "memória" pode ser devastadora, como esse "fogo ateado nos montes cerrados" mas, como o poema diz, ensina lembrando-nos que tudo aquilo que nos marca, vai passando e fica. Gostei Maria também pela qualidade da linguagem, pelo cuidado na edição, e por ser, na minha opinião um poema muito forte. Bj |