Poemas : 

E me descubro

 
O corpo
Uma máquina quente
Com válvulas incandescentes
Prestes a explodir

A alma
Inquieta ardente
Singra a noite plangente
Busca te possuir

Meus sentidos já dormentes
Em minh’alma dolente
A me doer na carne desejante
A esboroar a luz vicejante

Em outrora
Em mim radiante
Hoje
Longe brilho bruxuleante

Jogo-me na cama solitária
Olho pela janela
Que não me liberta
Donde a vida é ordinária

Vou de memória em memória
Lembro de tudo que devo esquecer
Vou da derrota à glória
Decidindo entre mim e você

Adeus, sonhos infantes
Adeus, loucuras de um sonhador
Adeus, planos mirabolantes
Hoje sei, sou apenas o que sou…

 
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Arcanjo
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