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Boi Amarelinho

 
Tags:  morte    carreiro    matador  
 
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Boi Amarelinho

Eu sou aquele boizinho
Que nasceu no mês de maio,
Desde que eu vim ao mundo
Foi só pra sofrer trabalho.
Fizeram logo o batismo
Na margem do riozinho,
Por causa da minha cor
Foi chamado Amarelinho.

Quando eu tinha ano e meio
Fizeram a amansação,
Puxando carro pesado
E tora no carretão.
Carreiro que me domava
Me fazia judiação,
Dei uma chifrada nele
Que varou no coração.

Ai meu patrão já disse:
- Vou mandar esse boi pro corte,
Não trabalha no meu carro
Boi que já deve uma morte.
Eu cheguei ao matador
Não encontrava outra saída,
Amarraram no palanque,
Entreguei a minha vida.

O malvado carniceiro
Correu amolar o facão,
Me largou uma facada
Bem certa no coração.
Botei meus joelhos em terra,
Vendo meu sangue correr,
Meu corpo todo tremia,
Berrava pra não morrer.

Adeus campo de Varginha,
Terra de Minas Gerais,
Os olhos que lá me viram,
Amanhã não me vêem mais.

Autoria: ASCENDINO LISBOA


verde

 
Autor
João Marino Delize
 
Texto
Data
Leituras
1875
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