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Confissão

 
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Confesso! Não sei! Atrevo-me a dizer que nunca soube! Gosto dos amigos, até gosto da família, gostei de alguns homens (...) sim, gostei! Preocupo-me com os outros. Não tenho maldade, nem na ponta da língua, nem na ponta dos dedos! Mas, sinceramente acho que nunca amei na vida! É triste concluir uma coisa assim. Mas é a única a que posso chegar. Bom, tenho um amor, um amor de toda a vida, para toda a vida. Tenho uma paixão e uma alma! Já é qualquer coisa!
A barreira entre aquilo que é o amor e aquilo que nós queremos que seja é tão ténue que me deixa crescer entre dentes estas frases imperfeitas! Será mesmo verdade que nunca tenha amado?! Ou será apenas, que nunca amei dentro dos parâmetros dos comportamentos sociais actuais?! Nova questão se alevanta! O amor tem várias caras (....) não que seja como o feijão frade, não é isso! Tem várias personalidades cada uma delas igualmente real e verdadeira. O amor de um filho para com um pai; de um pai para com um filho; o amor de irmãos; entre avós e netos; pelos colegas de trabalho (há profissões de risco onde as relações humanas são profundas, basta que dependam uns dos outros); o amor pelo próximo! São ou não são todas elas demonstrações de amor! De amores diferentes mas igualmente: reais e verdadeiros! Só que o que levanta dúvidas, o que está sempre à porta da boca de uns e outros, é o amor entre duas pessoas. Dois parceiros em comunhão de afectos, prazeres e objectivos. Esse sim (...), esse! Esse amor, sobre esse amor me interrogo! Há dias em que a minha convicção é tal, que mais parece não existir nada no mundo além deste meu afecto! E a seguir, logo a seguir, imediatamente a seguir parece que nunca existiu! Talvez por não ser desejado. Não ser alimentado. Se calhar o segredo é esse! Desejar e alimentar o amor! Só nestas duas condições podemos vir a conhece-lo! E talvez um dia se possa dizer: Amo-te!


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Autor
Carmen Palmeiro
 
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