Me vi caminhando pela praia,
a areia fina entranhando-se
por entre meus dedos dos pés.
Aproximei de uma onda antes de quebrar,
e saltitante, qual criança, brinquei com o mar.
Senti a água fugindo dos meus pés,
Senti que a areia movia-se
o mar e a areia, tem vida própria.
Nada segura as ondas do mar,
Nada impede a areia ao mar, retornar.
Molhei as mãos na água salgada do mar,
levei-as molhadas aos lábios e sorvi.
Me senti como que expurgada,
purificada, de tantas decisões erradas,
que a vida me fez tomar.
O mar é sagrado, confessionário
de quem vem, à beira do mar,
revelar suas culpas, máximas culpas,
e qual relicário, no mar fica guardado,
pra jamais revelar.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)