A vida deixou de ter sentido
O sentimento de perda
Grita no meu mundo invisível
Perdi as forças
De imaginar espaços desejados
Difícil estar contigo sem estar…
E não estar, estando
em desejos desvairados!
Arrastamo-nos num querer e não poder
Tudo aconteceu facilmente
Tudo foi difícil para se manter
Sempre latente a vontade de ferir
O desacordo, a exaltação
O caminhar num fio fino
Com os nervos em ebulição!
Movemo-nos num círculo vicioso
Sem conseguir parar
E o brilho do sol
Incandescente
Impediu de ver as estrelas
E ouvir o canto do rouxinol
Veemente !
Mas o jogo emocional perdura
Nem consigo afastar-me para ver melhor
Porque perto de ti não estou!
Um paradoxo do perto longe!
Tudo é enorme e distante
Às vezes assustador
Mas sempre exaltante!
Sinto-me completamente mergulhada
No teu universo e tu és o Universo!
Nada se explica
Nem pela ausência, nem pela negação
Sinto-me incapaz e impotente
De te ter comigo
Mas não sei viver sem ti
E por ti mendigo!
Como posso virar a página
Que pesa tanto!
Apesar do esforço
Sinto-me aniquilada
Em convulsão interior
Entre a fascinação
E o desespero
Do meu sentir devastador!