Foi assim,
Bem assim,
Que eu te conheci.
Um quiosque, a sombra, um copo,
A cerveja gelada me entorpecendo,
Na frente a areia solta da praia,
O sol escaldante e o frescor do vento.
O azul, meio verde, salpicado de branco,
O Mar longínquo, a onda chegando na areia,
Vindo, vindo, subindo e voltando, enganadora,
E um barco lá longe, no azul, na imensidão,
Dançando suavemente uma melodia qualquer.
E vi seus pés,
Tocando a areia molhada, delicadamente,
Vi seu corpo encobrindo parte do panorama,
Vi seu rosto mirando o nada e então senti tudo.
Olhei novamente e esqueci tudo ao redor,
Acompanhei seus passos, seu olhar, seus gestos,
Segui seu caminhar e a vi caminhado pra mim.
E a senti passar por mim,
Quase senti seu toque,
E o seu aroma invadiu meus sentidos,
Misturou-se ao torpor do que eu bebia,
E me embriaguei e viajei no teu semblante.
E a vi sentar, a meia distância,
Os gestos elegantes, a silhueta dos meus sonhos,
E novamente viajei, e a toquei, abracei, beijei,
Acordei e a vi deusa, impávida, só e linda.
E foquei seus olhos e eles os meus,
E brilhou um riso, a boca era linda,
E continua linda, e quente, e cálida,
E sempre que me beija, que me abraça,
Que me ama, que roça seu corpo em mim,
Eu me lembro da praia, das ondas, do mar.
Dos seus pés tocando a areia molhada,
E bendigo o verão, a cerveja, o vento,
Que me levaram a te seduzir para sempre.
Voltaremos lá.
EACOELHO
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