Poemas : 

PÂNDORA

 
 
Open in new window

Quadro de John William Waterhouse




Não temas quando tua cândida Pandora
abrir a caixa cegamente mais uma vez.
Tu bem sabes que nada agora
poderá salvar-te de outra insensatez.

Quando a escolhestes de olhos fechados,
esquecendo o destino e os seus gritos,
deixastes meus beijos tão desamparados,
perdidos entre dois cegos infinitos.

Seja forte, segure o leme até o fim.
O caminho foi escolhido sem pensamento,
não há flores neste meu calado jardim
despetalado pelo teu morno vento.

Desejo-te apenas mel e esperança
para não sucumbir diante da devastação.
Nada deixastes para trás na mudança
além de minhas lágrimas no colchão.

Mas um dia levantei altiva e forte,
pronta para encontrar um outro deus.
Aqui restam para ti enxofre e morte
porque até mesmo o passado já te esqueceu.


Karla Bardanza





Copyright © 2012 Karla Bardanza
 
Autor
Karla Bardanza
 
Texto
Data
Leituras
1071
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/06/2012 10:58  Atualizado: 22/06/2012 10:58
 Re: PÂNDORA
Deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade.

Um poema adorável digna de uma Deusa, deixo meu abraço

Martisns