Poemas : 

Casulos e Paredes de Gelo

 
De casulos a paredes de gelo, tudo vai dar no mesmo. Preciso de reanimação! Sobrevivi a ventos ciclónicos, a chuva torrencial, a rios que galgaram as margens e transformaram estradas em leitos e refugiei-me num cubículo no topo de uma montanha. Quando tentava relaxar, a terra desaparecem-me dos pés e vi-me acompanhando uma avalanche por ali abaixo, como quem desliza num mergulho no mar. Por instantes, vi as preocupações fúteis dos humanos se amontoando naqueles escombros, as misérias humanas se afundando, ao mesmo tempo que outros assistiam ao mesmo que eu. Por instantes foi notório, vários olhares se cruzarem em pensamentos comuns. Ninguém parecia dar importância ao facto dos seus próprios corpos estarem prestes a desaparecer… Os erros do passado de forma individual e a sua repercussão na colectividade, assombravam ainda mais que o próprio cenário de destruição. Todos pareciam se resignar perante tal situação, como compreendendo que só estaríamos a colher todo o desrespeito que (durante séculos), infligimos ao mundo que nos foi dado para viver.

Clarisse Silva
30 Mai 12
 
Autor
Clarisse
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1091
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ÔNIX
Publicado: 09/05/2013 13:28  Atualizado: 09/05/2013 13:28
Membro de honra
Usuário desde: 08/09/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2683
 Re: Casulos e Paredes de Gelo
Se amontoando nos escombros, porque de escombros muitos sobrevivem. Uns porque se sentem ali em casa, outros porque se resignaram e baixaram os braços, os olhos a cabeça e o corpo todo, até que os escombros toem canta da sua desgraça.

Gostei muito