Prosas Poéticas : 

A flor que de nós nasceu

 
Tags:  amor  
 
És flor, delicada e bela, perfumada, singela. És rosa, vermelha, carmim incandescente, ou tão simplesmente, criação de minha mente. És mulher, perdida na noite, que encontro em cada madrugada vagueando em mim. És corpo despido, desprotegido, que me segue na ânsia de ser abraçado.

Sou palavra, morta, vazia e oca, que se perde entre frases. Sou texto sem autor, composição desprovida de senso. Sou nada, feito de muitas coisas, sou um pouco de tudo, de todos. Letra afogada num oceano de verbos, solitário na incessante busca do que não encontro.

Cruzamo-nos um dia, num recanto do sonho, num pedaço esquecido do Universo. Uma alma despida de corpo, um corpo vazio de alma, tu a minha casa, eu o teu habitante. Num olhar que não se cruzou, adentrei-me em ti, na força dos sentidos, instalei-me em teu peito e tu, tu abraçaste-me, recebeste-me em ti como a boca sedente recebe a água fresca. Eu acolhi o teu corpo, o teu calor, como um mendigo recebe um abafo em pleno inverno.

Hoje tu ainda és o corpo desnudo, e eu, o xaile que te cobre a pele, nas mãos carregas a flor que de nós nasceu.

 
Autor
Noite
Autor
 
Texto
Data
Leituras
886
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
9 pontos
1
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/02/2008 13:25  Atualizado: 01/02/2008 13:25
 Re: A flor que de nós nasceu
Chorei...dizem q não há coincidências, q nada acontece por acaso e as tuas palavras vêm ao encontro daquilo q eu gostaria q me tivessem escrito...um vento de um recanto mágico...bjs e obrigada