Poemas : 

Bate, infame!

 
O lápis a prender os cabelos,
distancia-se das letras,
agora desenha tetas
em círculos que nunca fecham as pontas

Nada me contes, não,
oito promessas a palavra alinhava
em língua acuminada,
enquanto eu simplesmente sorria
ao empalar-me nas ilusões.

Não foi mentira,
nem verdade.
foi a mente,
mentes.
Quando o músculo involuntariamente batia
sem nada ter com isso.

Continua a bater.

Morre o vento,
envelhece o tempo,
a pele iludida,
a pele farta da falta.

Bate, infame, bate!


o mais importante não se conta, se constrói com o não dito, com o subentendido, a alusão”. (Piglia)[/color][/color]

 
Autor
Maria Verde
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/10/2012 01:24  Atualizado: 30/10/2012 01:24
 Re: Bate, infame!
qual vento(que ora, nao morre.e) que deve bater à janela(também..)




nem sei mais dizer..
(muito bom!)

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 30/10/2012 02:06  Atualizado: 30/10/2012 02:06
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Bate, infame!
Boa noite Maria Verde, sua personagem vive um descompasso de concentração, isto dificulta a se fixar em um objetivo norteador, então desperdiça suas forças em batalhas que não serão continuadas, contando apenas com o seu indomado coração que continua a bater sem se interessar a quem vai beneficiar, ou depreciar nesta sua árdua tarefa de irrigar o corpo ao qual pertence com as células intravenosas. Parabéns pelo seu contundente poema, um grande abraço, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/10/2012 21:42  Atualizado: 30/10/2012 21:42
 Re: Bate, infame!
Gostei muito...morre o vento...nasce a brisa.Parabéns,beijo