Poemas : 

Consequências inconsequentes

 
A cal despejada
Incendeia um frio hirto
Entre as arestas consumidas
De um tempo sem tempo

Um conforto
Desconfortante
Sem fuga
Determinante

Mas essa cal
Ajeita muralhas
Entre as paredes do pensamento
Que inventam corridas
E passeios de ribalta

Noutro sentido
(Talvez figurativo)
A água se queda
Na piscina da redenção

Até que se abra um feixe
Pelo bracejar
Da insatisfação
Ou da mera ilusão
Omitindo cada presente


António MR Martins


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 31/10/2012 13:29  Atualizado: 31/10/2012 13:29
Usuário desde: 06/08/2009
Localidade: Sorocaba - SP - Brasil
Mensagens: 2022
 Re: Consequências inconsequentes
Gostei da lucidez do seu poema, António.
É assim mesmo que acontece.

Bom dia e beijo.

Helen.