Poemas : 

Giselda, minha galinha

 
A galinha que virou canja

Giselda, ainda era uma franga quando eu trouxe para cá
Com uma prima, e um galo, soltei-a no meu quintal
Lá ela comia as formigas e o matinho que brotava
Fora os grãos de milho seco que pra ela eu jogava

Meu filho pequenino a olhava encantado
E com seus passos pequenos a seguia para todo lado
E no quintal, a Giselda, andando devagarinho,
Ciscava pra lá e pra cá comendo muitos bichinhos

A Giselda punha ovos, mas não conseguia chocar
Só uma vez nasceram dois pintos que não conseguiram viver
Os demais ovos, confesso, resolvi aproveitar.
Foram usados na cozinha, os peguei para comer.

A Giselda engordou, eu me lembro, coitadinha...
Minha esposa a olhou e a quis lá na cozinha
Não teve negociação, outra saida não tinha
Com quanta pena eu fiquei daquela pobre galinha

Alí ficou decidido o destino da Giselda
Que provou ser boa galinha até mesmo na panela.
Foi assim que a Giselda desapareceu de cena
Daquela galinha simpática só sobrou um monte de penas.

E o Samuca já grandinho, que o desenlace não viu
Comeu um pouco da canja, e então é que descobriu
Que a galinha Giselda, aquela presença constante
Estava agora no prato, e ele gostava bastante.

Giselda, pobre galinha que andava sempre a ciscar
Quem nunca teve galinha não consegue avaliar
Como é gostosa a canja, e o cozido de galinha.
(Eu ainda tenho penas da Giselda, coitadinha)


PS.: As penas que eu tenho são as que transformei em bóias, para pesca de corimbas.


Quando falares,
cuide para que suas palavras
sejam melhores que o silêncio.

Provérbio Indiano

http://velhopescador.blogspot.com.br
http://www.anderson.pro.br/elio

Grande abraço.


 
Autor
velhopescador
 
Texto
Data
Leituras
1928
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
9 pontos
9
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 04/04/2013 22:56  Atualizado: 04/04/2013 22:56
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Giselda, minha galinha
Amigo Poeta
Sou quase vegana! Deu pena da Giselda! Rsrs
Beijos!
Janna



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/04/2013 23:12  Atualizado: 04/04/2013 23:12
 Re: Giselda, minha galinha
Ao que li, não fizeram da Giselda um arroz de cabidela. Sem desmerecer da canja em que a transformaram, será, a meu ver, uma boa opção para as futuras galinhas, Giseldas ou quaisquer outras, que venham a ciscar no quintal.

DM


Enviado por Tópico
GELComposicoes
Publicado: 04/04/2013 23:15  Atualizado: 04/04/2013 23:15
Membro de honra
Usuário desde: 04/02/2013
Localidade: Uberlândia - MG - Brasil
Mensagens: 2314
 Re: Giselda, minha galinha
Oh, velhopescador, mas que maldade com a Giselda!
Quando era moleque, eu criava Garnizé só pra por eles brigar. O bicho quando sai bom bate até em galo!
Depois eu vendia meus campeões.
Gostei do seu poema, divertido.
Abração.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2013 12:18  Atualizado: 05/04/2013 12:18
 Re: Giselda, minha galinha
para eu que não aprecio a culinária amplamente divulgada a partir da carne desta ave, ative-me porém no texto, pelo prazer de lê-lo sem a necessidade de comê-lo, aliás bastante divertido e talvez tendo nas estrelinhas alguma mensagem de cariz particular do autor, haja visto a afinidade cultivada por ela, Giselda, a galinha.

sobre canja;

Um primo meu, advogado, 50 anos, dotado de um humor pra lá de largo, fez certa vez uma piada infeliz com sua mulher, 29 anos, cuja graça lhe custou um bom par de chifres. foi quando numa festa, circundado por amigos e estranhos, após ser admoestado por ela pelo excesso de bebida, ele retrucou; que ela fosse tomar um banho quente pois canja de galinha era bom curar porre. Ela faz a vontade dele até hoje; dá canjas, sopas, caldos pra quem lhe aprouver... pois é... pior; apaixonado, é corno sabido. ah! ela não se chama Giselda. hahaha

meu abraço caRIOca