Poemas : 

"audiam clamorem"

 
“ E a tudo no lugar sinistro atendo.
A verdade é que então na borda estava
Do vale desse abismo doloroso,
Donde brado de infindos ais troava.”


Divina Comédia – Inferno, canto IV, ver. 06/09






À noite chamam meu nome. procuram por mim, agitam bandeiras,
querem me matar, consumir as carnes e vísceras. não me importo.
que jorre meu sangue; sou como um leão perseguido por toupeiras
pusilânimes rastejantes somente devoram depois do inimigo morto.

minha resposta firme soará em retumbante brado enchendo os céus
meu sangue corre pulsante e quente, tenho as presas e afiadas garras
não me façam uma menor figura. jamais me ornem com torpes labéus
sequer a decúria timorata vai manter-me em repulsivas amarras

gritos abafados, adoradores de bezerros de ouro de almas sinistras
minha vida defendo feroz. minha voz soará sempre, em eco retumbante
nem um outro dia, nem em outro sonho a turba feroz fará conquistas.

jamais terão um dócil bezerro de ouro. calado sem dar nenhuma resposta
como a de animal feroz que salta da jaula, rosnando, gutural aterrorizante
valerá minha vontade. no meio da noite insana , soará minha voz sobreposta.


e todos ouvirão o brado

por certo.

 
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shen.noshsaum
 
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