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A imutável sina das almas

 

Nos umbrais terrestres onde a cruz beira o cipreste,
lugar da indiscutível mansuetude de áspero remorso,
sobre o túmulo arde o círio que das chamas se veste,
ermo e silencioso depois que se afastou funesto corso

É a mesma coruja que da cornija geme o lúgubre pio,
mirando caracóis apáticos espiralando nos mausoléus,
que fará dueto à una voz sonante no limiar do arrepio,
resguarda as campas rasas dos sem nome sob os véus.

Ora curva-se o vento à espreita dos fiapos cortados,
dos sonhos fugazes e decepções dos ressuscitados,
enquanto longe as luzes da cidade brilham na neblina.

Serão tempos difíceis como afastado dos cenáculos,
outeiros coberto de espinhos soam como obstáculos
ao afago do vento volvendo as almas à imutável sina.


 
Autor
ArysGaiovani
 
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