Poemas : 

nas entranhas

 
nas entranhas
 
entre dores e gemidos
sinto as contrações venais
encurvo-me fetal
em agonia de cólica
emocional

e vens
tu
ofertando
colheradas de palavras
dizendo que não vais voltar...

afasta que faz mal

apenas aumentas a dor
do sentir ausência
que é disso que acamo

enrodilhada em útero d’alma
nadando em mundo afogado
de tanto querer

és tão fluido...
tão fugaz

que sem esse ter
urro!




Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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Autor
MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 23/08/2013 16:19  Atualizado: 23/08/2013 16:19
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: nas entranhas
Mary,
ìntimo, intra uterino, uma delícia.
Beijinho
Nanda


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 23/08/2013 16:52  Atualizado: 23/08/2013 16:52
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6699
 Re: nas entranhas
Só mulher que padeceu
desta dor desgraçada
pode alcançar a dimensão
visceral e espiritual do poema.
Aprecio muito tua escrita!
bjs


Enviado por Tópico
GELComposicoes
Publicado: 24/08/2013 01:29  Atualizado: 24/08/2013 01:29
Membro de honra
Usuário desde: 04/02/2013
Localidade: Uberlândia - MG - Brasil
Mensagens: 2314
 Re: nas entranhas
Belo, Mary.
Gostei.
Abração.


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 28/08/2013 02:26  Atualizado: 28/08/2013 02:26
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: nas entranhas
Poetisa Mary
Intenso! Forte! Adorei!
Janna


Enviado por Tópico
RayNascimento
Publicado: 07/04/2014 05:21  Atualizado: 07/04/2014 11:44
Membro de honra
Usuário desde: 13/03/2012
Localidade: Monte Roraima - tríade fronteira Brasil/Guyana Inglesa/Venezuela - - Amazônia - Brasil
Mensagens: 6544
 Re: nas entranhas
Mary,
Nas entranhas o vácuo do existir
Lapidando o diamante da própria carne
Que (des)água na dor que deflor'alma
De um útero dantes aquecido pelo amor
E descamado pelo desejo
Da ânsia do ter o que já não pode
Ter tido por um tempo,
Cordão desconectado pelo umbigo
O útero da terra geme
Numa entrega emocional
Num ritual sem igual
Da volta ao pó o que dele
(Pro)veio e pr'ele ter que volver
É quando a dor crava o punhal
No momento descomunal
A alma urra sem pejo
Num querer que já não pode...
Esculpido na própri'carne
D'antes somente
Havia amor maternal
Aqui adornado
Com letras de sal.
Ray Nascimento