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"UM GRANDE AMOR".

 
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“UM GRANDE AMOR”.
(Micro conto).


Cassimiro era um rapaz pobre, com apenas quinze anos de idade, morava com os seus pais e seus irmãos, um irmão e uma irmã numa pequena fazenda que pertencia ao seu pai, já não tinha mais a sua mãe, que falecera há alguns anos atrás.
Seu pai já com bastante idade, Cassimiro muitas vezes ficava pelos cantos preocupado com o seu futuro, era um semi-analfabeto, pois o pouco que sabia aprendeu com o seu pai, o seu pai por sua vez havia aprendido um pouco mais, contava razoavelmente bem, tinha uma escrita de invejar, e o que pode passou para o seu filho Cassimiro.
Na pequena fazenda o trabalho deles era o plantio de lavouras, mandioca, feijão e milho, porém Cassimiro já estava cansado daquela vida, não possuía um documento sequer.
Um belo dia o pai de Cassimiro adoeceu seriamente, a ponto de precisar interná-lo, Cassimiro preocupado comentou com o seu velho pai sobre os seus documentos, pois não tinha sequer a certidão de nascimento.
Seu pai apesar de ser pobre, tinha amizades boas naquela cidade, era amigo do tabelião, escreveu então uma carta e a enviou por Cassimiro, pedindo que o tabelião o registrasse.
Pedido concedido, sem problemas o tabelião o registrou, feliz com o seu primeiro documento em mãos Cassimiro volta ao hospital para dar a boa notícia ao seu pai, Cassimiro é surpreendido com a notícia que o seu pai havia falecido... Triste e um tanto perdido Cassimiro comunica aos seus irmãos, que iria embora dali, tentaram não deixá-lo partir, mas ele já estava decidido e seguiu o seu caminho.
Sem dinheiro Cassimiro chega ao pesqueiro da cidade e pede aos pescadores que deixem ele ficar pescando com eles, os pescadores relutaram em não deixar, mas vendo a aflição do jovem, resolveram aceitá-lo.
Cassimiro não entendia nada de pesca, já tinha pescado algumas vezes no riacho da sua fazendinha, mas agora era diferente, tinha que enfrentar o mar.
Cassimiro apanhou muito, mas acabou por aprender os truques da pescaria, tudo estava dando certo para ele, mas Cassimiro pegou uma doença nos pés, “sífilis”, os pés de Cassimiro racharam-se, ele sofria com a água salgada e com a areia que penetrava nas rachaduras, Cassimiro agora tinha que abandonar a pescaria... Pelo menos enquanto tivesse com aquele problema.
Ele já tinha algum dinheiro junto, não era lá muita coisa, mas já ajudaria. Cassimiro convida o seu primo para aventurar um pouco mais longe dali, seu primo tinha a mesma idade que ele, juntaram as poucas coisas que tinham, e seguiram rumo a outra região.
Passaram três dias caminhando por estradas desconhecidas, pediam hospedagem quando a noite chegava, no final dos três dias chegaram a uma grande fazenda, já era tardezinha, pediram para pernoitar e foram aceitos, dormiram num velho armazém desocupado, no dia seguinte quando já estavam indo embora, foram chamados por uma senhora, que se apresentou como proprietária da fazenda, ela quis saber um pouco das suas vidas, como eles não tinham nada a esconder... Contaram toda a verdade para a senhora.
A senhora simpatizou-se com os dois, e pediu que eles ficassem ali trabalhando para ela, eles explicaram que não tinham pratica com o serviço da fazenda, mas ela mesmo assim insistiu.
Os dois primos concordaram em ficar, com o tempo acabaram por aprender todo o serviço, e já estavam íntimos da fazendeira, que tinha cinco filhas moças e três filhos rapazes... Com o tempo os dois começaram namorar as filhas da fazendeira, e casaram-se cada um com uma filha dela.
Os dois primos, ambos chamavam-se Manoel; só que, um chamava-se Manoel Cassimiro, o outro se chamava Manoel Felix.
Estavam vivendo felizes com as suas esposas, o Cassimiro já era pai de nove filhos, cinco mulheres e quatro homens, o Felix também era pai de quatro homens, porém tinha seis filhas mulheres.
Com o tempo a senhora fazendeira faleceu, os herdeiros acharam por bem dividir os bens, tempos depois Cassimiro ficou viúvo, a sua esposa também morreu por motivo de saúde, ele ficou a tomar conta dos nove filhos, sua sorte que a mais velha já estava com dezesseis anos, um belo dia chega a fazenda um cidadão procurando trabalho, Cassimiro perguntou ao cidadão sobre as suas experiências trabalhistas, com a resposta do homem ele lembrou do dia que ali chegara com o seu primo Felix.
Aquele homem também não tinha pratica alguma com o serviço ali da fazenda, ele assim mesmo aceitou o homem como seu empregado.
Alguns dias se passaram, o novo trabalhador pediu permissão para ir buscar a sua esposa, cassimiro prontamente consentiu, quando o homem chegou, além da sua esposa, trouxe também uma irmã mocinha, tinha exatamente a mesma idade da filha de Cassimiro, a mocinha ficou com o irmão e a cunhada apenas três meses, e viajou de volta para a casa dos seus pais.
Uma bela noite cassimiro dormia, quando acorda assustado por ter sonhado com a mocinha irmã do seu empregado, os dias se passaram ele não tirava da cabeça aquela mocinha, estava tão perturbado com a lembrança dela, que conversou com a sua filha mais velha o que estava acontecendo consigo, a sua filha por sua vez duvidou que uma mocinha fosse interessar-se pelo seu pai... Ele não era lá tão velho, mas a mocinha era muito nova para ele.
Não havia duvida, cassimiro estava apaixonado pela mocinha, tentou disfarçar, mas estava evidente demais, numa maré de sorte o seu empregado o convidou para passar as festas juninas na casa dos seus parentes, sem pestanejar Cassimiro aceitou, foi com a sua filha mais velha e a mais nova, que tinha apenas cinco anos, ao chegar à casa dos parentes do seu empregado que viu a mocinha, sentiu vontade de abraçá-la, beijá-la, mas se conteve afinal ele era um senhor, pai de uma filha da idade dela, e alem do mais, ela era uma moça de família, nem ao menos sabia do interesse dele por ela... A filha de cassimiro sabendo da aflição do pai resolveu ajudá-lo, preparando o espírito da moça, fazendo insinuações... Cassimiro por sua vez resolveu fazer as coisas às antigas, chamou o velho pai da moça e expôs tudo o que tinha em mente, ou seja, praticamente pediu a mão da mocinha em casamento; o velho não se fez de rogado, chamou a sua filha e perguntou a queima roupa, se ela queria casar-se com Cassimiro.
A moça ficou numa situação muito difícil, mas para a surpresa de todos, a mocinha disse sim! Cassimiro não cabia em si de tanta felicidade, voltou para a sua casa para fazer os preparativos do casamento.
Em menos de seis meses Cassimiro casou-se com a sua amada mocinha, teve quatro filhos com ela, duas meninas e dois meninos.
Quanto ao Felix, ficou velhinho ao lado da sua esposa, ele veio a falecer com mais de noventa anos, alguns anos depois ela já com quase noventa anos foi fazer companhia ao marido Felix.
Cassimiro viveu ao lado da sua mocinha até noventa e três anos, despediu-se da sua amada, deixando ela com pouco mais de sessenta anos, ela ainda vive, viúva ao lado de todos os filhos, que o seu amado deixou.

(obs. Esta é uma história verídica, porém os nomes verdadeiros foram preservados).

Autor: Antonio Hugo.



“A VISÃO DO CEGO”.
(Frases).


Ainda que estejas cego, tu enxergarás...
Com a tua mente; basta que acredites
Em si mesmo, assim, Deus poderá
Guiar-te... Com os olhos da alma.

 
Autor
Antonio Hugo
 
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Enviado por Tópico
Juli Lima
Publicado: 29/12/2007 14:10  Atualizado: 29/12/2007 14:10
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 Re: "UM GRANDE AMOR". p/ Antonio Hugo
Boa tarde! Expressivo texto. SUCESSO! FELIZ 2008! Bj poesia

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 29/12/2007 15:24  Atualizado: 29/12/2007 15:24
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 Re: "UM GRANDE AMOR".
Belas histórias de amor, ainda mais sendo verídicas,
gostei demais da leitura.
Beijos, feliz 2008!!!!!!!